DE 22/11 ATÉ 28/11

Neste momento do ano decidi retomar os textos estudos na interdisciplina Ludicidade e Educação, do eixo 3, o motivo é que estou ficando cansada, chegando ao final de mais um ano letivo. As crianças também já demonstram estarem mais impaciente por causa do calor, da proximidade do natal, das férias, etc... As avaliações já passaram, o conselho de classe também, eles foram bastante cobrados nestas últimas semanas, então nada melhor do que voltar a brincar e se divertir...
Portanto, retomo nesta postagens as aprendizagens prazerosas, o ânimo que está querendo faltar... Nada melhor que relembrar então, da Ludicidade, da brincadeira, e trazê-las à tona para terminar muito bem o ano letivo, essa é a aprendizagem que fica: saber onde buscar energias quando estas começam a dar sinal de falha, busquei então apoio no lúdico para esse final de nao, semestre, TCC, etc...
A sala de aula é lugar de brincar, fantasiar, imaginar, jogar e se divertir, interagir com o outro fazer trocas, é lugar de constate movimento e construção do saber.
Quando utilizamos jogos e brincadeiras nas aulas as crianças aprendem melhor e se envolvem mais com o que está sendo proposto, socializam, dividem opiniões para resolução de problemas, constroem regras, entre tantas outras ações que podemos observar com este tipo de proposta. Sabemos que em qualquer época da vida do ser humano a brincadeira deve estar presente, brincar não se limita apenas a uma idade estanque, mas segue conosco em toda nossa trajetória, na idade adulta o brincar também se faz presente e necessário, o psicanalista Winnicot, afirma que a brincadeira do adulto está relacionada com sua capacidade de lidar, de forma lúdica, com seus próprios pensamentos. Portanto devemos propiciar a nossos alunos momentos de atividades significativas, criar condições para que trabalharem na sala de aula em grupos, brinquem interagindo uns com outros, e este trabalho facilitará o desenvolvimento de cada um. Segundo Tânia Fortuna, brincar é fundamental para dominar angústias, controlar impulsos, manter o equilíbrio entre prazer e realidade. E mais: brincar é importante para compreender e se relacionar com o mundo, já que as atividades lúdicas desenvolvem a capacidade cognitiva e ajudam a criança a se colocar no lugar do outro.

15/11 até 21/11

Essa semana a escola voltou-se para a cultura negra, em função da data 20 de novembro. Numa tentativa de resgatar a cultura negra em nossa escola. Com esse movimento aprendi em uma oficina de africanidade a fazer as bonequinhas Abayomi:
"De origem iorubá, a palavra Abayomi pode ser traduzida como meu presente ou aquela que traz minhas qualidades." (Maria Cláudia Söndahl Rebellato)
As Bonecas Abayomi, sempre negras, buscam o fortalecimento da auto-estima e reconhecimento da identidade afro-brasileira. São feitas de retalhos que são amarrados e dão forma a uma boneca bonita e colorida.
O mais gostoso foi à surpresa que tivemos: após termos confeccionado a boneca, fizemos uma roda e a oferecemos de presente a pessoa que estivesse ao nosso lado. Durante toda a confecção da boneca a professora pedia que colocássemos nossos melhores sentimentos no trabalho, e ao presentear o outro com essa boneca estamos o presenteando com esses sentimentos, passando adiante assim, sentimentos bons e os recebendo de volta de outro também.
Este trabalho de resgate engaja-se na disciplina Questões Étnicos-Raciais na Educação do eixo VI.
Durante todo o ano letivo procuro abordar a diversidade da sala de aula, chamando a atenção para a origem das palavras, indígenas, africanas, etc... presentes em nosso cotidiano. Com a copa do mundo na África, neste ano, foi muito oportuno para que se abordassem diversos temas, lendas e culturas, valorizando a diversidade de nosso país, destacando nossas raízes. Nesse movimento pude aproveitar a atividade mosaico desta interdisciplina.
Sempre que abordamos temas como diferenças aparece muito presente ainda o padrão “loiro de olhos azuis”. Já tive alunos negros que em seu autorretrato se fizeram loiros com olhos azuis. Essas questões devem ser trazidas para a sala de aula e trabalhadas. Assim como saber aprovietar opotunidades como a indagação: me empresta o lápis cor de pele? Sempre interfiro neste momento, perguntando cor da pele de quem. Pronto está lançado o pontapé inicial para uma série de discussões a respeito de nossas origens e do que estamos aprendendo a valorizar. Para tentar modificar um pouco alguns esteriótipos enraizados em nossa cultura, lanço mão em um primeiro momento, do livro da vida do aluno,um livro qeu construímos fazendo um resgate de suas histórias e origens, valorizando cada um. Após, procurodurante todo o anos letivo trabalhar com histórias que fogem dos estereótipos, e a partir delas de forma lúdica procuro fazer um resgate da auto-imagem positiva que as diferenças oferecem.

08/11 até 14/11

A interdisciplina Escola, Cultura e Sociedade, eixo V, inicia propondo uma reflexão sobre o nosso fazer cotidiano. Ao retomar essas leituras percebo que minhas convicções em relação ao ser professora mantiveram-se e não esfriaram ao longo dos anos. Meu TCC traz em sua introdução um pouco de minha trajetória, crenças e de minha busca por aperfeiçoamento.
A reler meu texto: Ser professor, percebi que minha crenças e convicções continuam as mesmas, mas na época em que o escrevi, faltava-me o referencial teórico. Carecia de algo para me apoiar. Como havia dito em certo momento de meu trabalho, minha forma de dar aulas era uma verdadeira sopa de letrinhas, onde tateava formas e maneiras, métodos e jeitos de ajudar meu aluno a crescer, lançando mão de tudo que estava ao meu alcance. Hoje, está busca é mais ponderada e menos frenética, pois não preciso abrir mão de tudo que acredito e vivi para seguir em frente, posso agregar valor e conhecimento ao caminho já trilhado, baseada em verdades que acredito e me sustentam. Posso procurar apoio e hoje sei onde procurar, não tateio mais sozinha, vou direto na fonte.
Ainda acredito, reafirmando o que escrevi no eixo V, que o meu papel como professor é o de problematizar e criar condições favoráveis e adequadas para que todos possam construir seu conhecimento, através de discussões em sala de aula, procurando sempre me voltar para o interesse do aluno através de projetos de trabalho que sejam de acordo com a realidade em que estão inseridos, dando um novo significando a suas formas de pensar, agir e interagir no mundo que o cerca.
Freire afirma que “A grande tarefa do sujeito que pensa certo não é transferir, depositar, oferecer, doar ao outro, tomado como paciente de seu pensar, a inteligibilidade das coisas, dos fatos, dos conceitos”, mas desafiar o educando na sua formação crítica enquanto cidadãos. (FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.)

01 até 07/11...

Métodos de pesquisa...
Para concluir o TCC voltei minha atenção para os métodos de pesquisa e o professor Eliseo me indicou o capítulo 9 do livro: Projeto de pesquisa: métodos qualitativos, quantitativos e mistos de Jhon W. Creswell (2010) onde o autor faz uma lista de características importantes que devem estar presentes na pesquisa qualitativa, tipo de pesquisa que optei para o TCC devido as possiblidades que ela permite. Salientando a interação direta do pesquisador com o objeto de estudo e a valorização de todo o processo e não apenas o resultado do estudo.
As características destacadas por Jhon Creswell são:

• A coleta de dados em ambiente natural, no local onde o problema está sendo estudado;
• As múltiplas fontes de dados, como entrevistas, observações e documentos;
• A análise de dados indutiva, onde os pesquisadores criam seus próprios padrões categorias e temas para organizar dados. Este processo indutivo mostra o trânsito do trabalho entre pesquisa e banco de dados até que o pesquisador estabeleça um conjunto abrangente de temas, isso também pode envolver a colaboração dos participantes de modo a poderem interagir dando forma aos temas e abstrações que emergem do processo.
• Os significados dos participantes, o processo da pesquisa mantém o foco na aprendizagem do significado que os participantes dão ao problema ou questão pesquisada.
• O projeto emergente, o processo de pesquisa qualitativa é emergente, isso quer dizer que o plano inicial não pode ser rígido e que todas as fases do processo podem mudar ou se deslocar depois que o pesquisador inicia a coleta de dados. A ideia principal é aprender sobre o problema ou questões da pesquisa com os participantes e a pesquisa servir para mostrar isso.
• A lente teórica, os pesquisadores qualitativos utilizam lentes teóricas para enxergar seus estudos, tais como o conceito de cultura, de gênero ou de classe. Os estudos podem ser organizados em torno da identificação do contexto social, político ou histórico do problema estudado.
• Interpretativo, a pesquisa qualitativa é uma forma de investigação interpretativa, os pesquisadores fazem uma interpretação do que enxergam ouvem e entendem, não podendo ser separada de suas origens e histórias. Os leitores desta pesquisa assim como os participantes também fazem uma interpretação da mesma oferecendo ainda outras interpretações sobre o estudo, deixando claro que muitas visões podem surgir do problema.
• Relato holístico, Os pesquisadores qualitativos desenvolvem um quadro complexo do problema que esta sendo estudado. Envolvendo o relato de múltiplas perspectivas, identificação de muitos fatores envolvidos e esboço de um quadro mais amplo que emerge. Um modelo visual de muitas faces de um processo ou fenômeno central ajuda no estabelecimento deste quadro holístico.
• O pesquisador como instrumento fundamental, o pesquisador qualitativo coleta pessoalmente os dados por meio de exame de documentos, observação ou de entrevista com os participantes. Não costumam usar instrumentos desenvolvidos por outros pesquisadores.

25/10 até 31/10...

A colaboração...
Para a pesquisa, realizei uma atividade onde os alunos foram organizados em duplas com níveis de escrita próximas, formando onze duplas. Os alunos apresentaram comportamentos diferenciados em relação à colaboração. A atividade proposta era um autoditado que deveria ser realizado em colaboração, com a intenção de promover um conflito socioognitivo e gerar conhecimento.
“O conflito sócio-cognitivo pode ser induzido compondo grupos de maneira que eles tenham indivíduos com níveis diferentes de desenvolvimento cognitivo. Acredita-se, também, que as interações decorrentes desse conflito levem os indivíduos participantes a um estágio superior de conhecimento [3].” (Conflito Sócio-cognitivo e Estilos de Aprendizagem na Formação de Grupos para o Aprendizado Colaborativo de Programação de Computadores .http://www.brie.org/pub/index.php/rbie/article/viewFile/40/34 acessado em 10/10/2010)
Foi possível perceber os tipos de colaboração presentes em cada dupla,algumas crianças dividiram a tarefa, mas não deixaram de colaborar, trocar ideias, discutir opiniões, durante sua realização. Para outras, o trabalho possibilitou interação desde o princípio, envolvendo colaboração mútua em toda a sua elaboração, permitindo uma reelaboração de suas hipóteses de escrita, e, ainda para outras serviu para que aprendessem a colaborar.
Para Piaget (1977) a troca de pontos de vista e opiniões com os outros se faz necessária para a construção da lógica e moral na criança. O pensamento se desenvolve através da adaptação ao meio com a intenção de chegar a um pensamento formal e socializado levando ao desenvolvendo da moral até chegar a autonomia.
A partir da tarefa para a pesquisa as crianças seguidamente pedem para serem colocadas em duplas, como naquela ocasião, demonstrando que a interação entre eles foi significativa a ponto de querem que se repita.

DE 18/10 ATÉ 24/10...


Essa semana realizei uma atividade colaborativa em parceria com uma colega de escola. Em alguns momentos, durante o recreio, houve atrito entre as crianças de nossas turmas, e então decidimos trabalharmos juntas para que a situação não se repetisse.
A colaboração tinha como objetivo fazer com que as crianças das duas turmas interagissem, se conhecessem, pois acredito que a ligação que ocorre na sala de aula, entre alunos e entre aluno e professor está repleta de significados e de vínculos afetivos. "Para aprender é necessário que se estabeleça um vínculo.“ (...) Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar” (Fernández, 1991, p.52). Portanto toda a aprendizagem ocorre nas interações sociais e está envolta em afetividade.
A escolha pelo trabalho colaborativo vai de encontro a uma proposta onde o conhecimento é construído através das interações sociais. As relações entre colaboração e aspectos sociais remetem a Vygostsky (1994) e a ideia de que a aprendizagem ocorre na relação com os outros, através da interação social em um processo de apropriação e transformação de conhecimentos
Decidimos trabalhar com o livro: Faniquito e siricutico no mosquito de Jonas Ribeiro.
O livro traz uma história leve que ajuda a compreender o significado de expressões como "com licença", "por favor", "obrigada" e "desculpa"; e a entender que a melhor maneira de pedir as coisas é com delicadeza.O mosquito Frederico aprende que as existem algumas palavras mágicas que devem ser usadas para que as janelas e as portas do mundo se abram para nós.
Reunimos as duas turmas na sala da colega, e iniciamos com a contação da história, depois partimos para o trabalho colaborativo. Existem várias formas de trabalho colaborativo, com várias intenções, como já abordei em postagens anteriores, a colaboração que trabalhamos na atividade foi como meio para aprender algo (que foram as palavras mágicas) e como propósito final, tentando fazer com que as duas turmas interagissem.
Após a contação da história as crianças escolhiam colegas da outra turma para trabalhar em parceria e construir a casinha da história.
A atividade alcançou os objetivos propostos, as crianças trabalharam juntas colaborando mutuamente: discutiram sobre cores para pintar a casinha, qual seria a melhor janela para ser aberta a Frederico, como recortá-la e montá-la da melhor maneira, onde os personagens da história deveriam ficar e o que o mosquito encontrou dentro da casa... Ao retornar para nossa sala de aula a aluna Margeori pegou na minha mão e disse:
- Professora fiz uma nova amiga hoje, a Bianca, sabe da A22, ela quer ser minha amiga, vou brincar com ela no recreio amanhã... Sabe prof, eu gosto desta escola porque a gente faz coisa diferente, vai nas outras turmas, faz passeio junta, na minha outra escola não era assim.
Margeori é aluna nova na escola. Percebi que se conseguir com meu trabalho atingir pelo menos uma criança estarei fazendo a diferença para aquela criança.
Além da Margeori as crianças terem gostado da atividade. Os alunos realizaram a tarefa de forma autônoma e a intervenção das professoras quase não se fez necessária, pois estavam concentradas, voltadas e envolvidas na atividade.
Essa atividade me remeteu a Vygotsky, teórico abordado no eixo 6, na interdisciplina desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da psicologia II. Neste eixo foi possível aprofundar os conhecimentos sobre este teórico, e agora revisitando a interdisciplina percebo o quanto sua teoria estava presente em minha sala de aula na última semana. Uma das propostas de trabalho da interdisciplina foi conhecer e identificar as epistemologias, onde encontrei o texto: Psicologia Sócio-Interacionista que aborda de forma muito objetiva o trabalho de Vygotsky. Com a leitura encontrei apoio para continuar seguindo com o trabalho em sala de aula. Vygotsky destaca a interação social como um papel formador e construtor do processo de desenvolvimento. Para o autor a criança nasce numa sociedade organizada e precisa se adaptar a ela, conhecer sua cultura, a escola é um local onde há intencionalidade na intervenção pedagógica e é isso que promove o processo de ensino-aprendizagem. O professor interfere objetiva, intencional e diretamente na zona de desenvolvimento proximal de cada aluno.
A aprendizagem é entendida como fundamental ao crescimento, adaptação e desenvolvimento dos processos de interação social dos estudantes.

De 11/10 até 17/10

Sobre a aprendizagem colaborativa...





Para um trabalho colaborativo existir é necessário que haja interação entre os pares envolvidos. A interação é um meio para que a aprendizagem colaborativa se estabeleça.
A interação pode ser obtida através de diversas atividades, envolvendo síntese, comparação, argumentação, integração e construção. [1]
Com as atividades que proponho em meu TCC busco realmente envolver meus alunos em um trabalho colaborativo, observendo a colaboração mútua e buscando estimular a interação.
Observei meus alunos em dois ambientes, um a sala de aula, onde realizaram uma tarefa de escrita, em duplas com níveis no processo de alfabetização diferentes, mas próximos, e no laboratório de informática, com a mesma proposta de trabalho, mas utilizando o computador com recurso.
Ambas experiências foram ricas e proporcionaram uma oportunidade de realmente perceber como as crianças interagem entre si de forma colaborativa, observei que na grande maioria optaram por trabalharem desta forma, contribuindo para a elaboração e reestruturação de hipóteses de escrita. Segundo Piaget, (1975) para haver construção de conhecimento é necessário que aconteça ação sobre o objeto de estudo e que está ação provoque desequilíbrio, o resultado deste desequilíbrio gera assimilação ou acomodação e assim construção de esquemas e conhecimento. O diferencial entre as atividades é que a experiência no laboratório de informática envolveu mais os alunos que se manteram muito mais voltados para o trabalho, ocorrendo menos distrações do que na sala de aula.



[1] http://www.niee.ufrgs.br/eventos/RIBIE/2000/demostraciones/007.htm

04/10 até 10/10

Compreendendo o trabalho de colaboração...
Trabalhando em cima da questão de meu TCC: Como a colaboração entre alunos pode facilitar o processo de alfabetização?
Recebi do professor Eliseo uma indicação de leitura muito interessante: POSSIBILIDADES E FORMAS DE COLABORAÇÃO: UM ESTUDO COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL de Daniela Karine Ramos (Universidade Regional de Blumenau/2007) que traz ideias de Campos et al (2003) baseado em Brna (1998), no artigo “Modelos de Colaboração” apresentando níveis de colaboração:
1) Divisão de trabalho: o trabalho é dividido em tarefas e cada membro do grupo
fica responsável por uma delas;
2) Estado de colaboração: há momentos de trabalho individual e momentos de
trabalho em grupo;
3) Colaboração como propósito final: o trabalho tem como objetivo o aprender a
colaborar;
4) Colaboração como meio: o objetivo do trabalho é aprender algo a partir de
ações colaborativas;
5) Colaboração formal: os membros do grupo comprometem-se e firmam acordo
para realizar o trabalho colaborativamente;
6) Colaboração informal: a colaboração surge espontaneamente.
Estes níveis de colaboração tornam o conceito mais amplo e flexível, o que
permite identificar vários movimentos de colaboração presentes entre os grupos de
alunos pesquisados, sendo muito comum o de divisão de trabalho – utilizada para
facilitar a organização e garantir a independência dos membros do grupo - e a
colaboração formal – na qual o professor propõe o trabalho para os grupos de alunos.
Essa perspectiva nos permite admitir a divisão de tarefas como sendo parte do processo,
o que não afeta o seu caráter colaborativo.
A partir deste trabalho foi possível definir que tipo de colaboração busco no meu trabalho em sala de aula e que rumos posso tomar para alcançá-lo.
Trabalharei com a colaboração como meio, uma ação onde os objetivos e os problemas são compartilhados visando à construção do conhecimento. A colaboração será o meio, o objetivo do trabalho é aprender algo a partir de ações colaborativas, este algo será a construção da escrita.
A escolha pelo trabalho colaborativo vai de encontro a uma proposta onde o conhecimento é construído através das interações sociais. As relações entre colaboração e aspectos sociais remetem a Vygostsky (1994) e a ideia de que a aprendizagem ocorre na relação com os outros, através da interação social em um processo de apropriação e transformação de conhecimentos.

27/09 até 03/10

Não farei postagem nesta semana. Em função do e-mail enviado pela professora Luciane permitindo flexibilidade na quinta semana:

"A próxima semana será a 5a semana... não há necessidade de postagem. As alunas que possuirem alguma postagem pendente podem aproveitar a próxima semana."


Profa. Luciane C. Real
Seminário Integrador

( 20 até 26/ 09) RELEMBRANDO MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO...

Pesquisando sobre alfabetização, fez-se necessário entrar um pouco no assunto: métodos de alfabetização. Então, revisitei antigas postagens e trabalhos realizados onde encontrei um pouco sobre minhas produções a respeito dos métodos Analitícos e Sintéticos que segue abaixo:
(Questões desenvolvidas pela interdisciplina Fundamentos da alfabetização/Eixo 2)
1.O que é o método Analítico?
A leitura é um ato global e ideovisual. O prévio, segundo o método analítico, é o reconhecimento global de palavras ou orações; a análise dos componentes é uma tarefa posterior. Não importa a dificuldade auditiva daquilo que se aprende, já que a leitura é uma tarefa predominantemente visual.
Propõe-se ainda a necessidade de começar com unidades significativas para a criança, daí a denominação ideovisual.
Também conhecido como método “olhar e dizer” começa com unidades
completas de linguagem e mais tarde as divide em partes. Exemplo: as sentenças são divididas em palavras, e as palavras, em sons. Abaixo das gravuras estam os nomes impressos para que os estudantes memorizassem as palavras, sem associá-las a letras e sons. Pode utilizar cartilhas.

2. O que é método Sintético?
O método sintético consiste, fundamentalmente, na correspondência entre o oral e o escrito, entre o som e a grafia. Estabelece a correspondência a partir dos elementos mínimos (que são as letras), em um processo que consiste em ir das partes ao todo. Durante muito tempo se ensinou a pronunciar as letras, estabelecendo-se as regras de sonorização de escrita no seu idioma correspondente. Os métodos alfabéticos mais tradicionais, aceitam essa postura.
Posteriormente, sob a influência da lingüística, desenvolve-se o método fonético, propondo que se comece do oral. A unidade mínima do som da fala é o fonema. Assim, neste processo iniciar-se-ia pelo fonema, associando-o à sua representação gráfica. É preciso que o sujeito seja capaz de isolar e reconhecer os diferentes fonemas de seu idioma, para poder, a seguir, relacioná-los aos sinais gráficos.
A ênfase está na análise auditiva para que os sons sejam separados e estabelecidas as correspondências grafema-fonema (letra-som).
Alguns princípios do método:
pronúncia correta para evitar confusões entre os fonemas;
grafias de formas semelhantes devem ser apresentadas separadamente para evitar confusões visuais entre as elas;
ensinar um par de grafema-fonema de cada vez, sem passar para outro enquanto a associação não estiver bem memorizada;
iniciar com os casos de ortografia regular, isto é, palavras nas quais a grafia coincida com a pronúncia;
Após, reler meus trabalhos e materias posso falar com mais propriedade sobre os métodos que na quando respondi as questões acima, precebendo crescimento na construção e organização de saberes:
A alfabetização é um processo interno, que difere de indivíduo para indivíduo, e que necessita e depende muito de estímulos externos, do ambiente a qual pertence. É um processo difícil, marcado por conflitos cognitivos, que leva a criança a um constante construir e reconstruir de saberes, o qual vai lhe permitir assimilar e acomodar informações e novamente desestabilizar-se, até conseguir dominar o desenvolvimento da leitura e escrita.
São muitos os métodos de alfabetização, os mais utilizados no entanto são os chamados Sintéticos ou Analíticos. “No método Sintético, parte-se de elementos menores que a palavra, letras, e métodos analíticos, que partem da palavra ou de unidades maiores.” (Ferreiro e Teberosky, 1988, p.18) O sintético trabalha com a correspondência de oral e escrito, grafia e som, após, desenvolveu-se o método Fônico onde a proposta é que se parta da fala, dos sons das letras. A unidade mínima de som da fala é o fonema, é preciso reconhecer os fonemas para relacioná-los as letras. Deve-se trabalhar a pronuncia correta das palavras.
“... o processo de aprendizagem da leitura é visto, simplesmente, como uma associação entre respostas sonoras e estímulos gráficos. Este modelo, que é o mais coerente com a teoria associacionista, reproduz, em nível da aprendizagem da escrita, o modelo proposto para interpretar a aquisição da linguagem oral...” (Ferreiro e Teberosky, 1988,p. 20)
No método Analítico parte-se do todo para chegar às partes, a leitura é global, a leitura é visual. O reconhecimento parte do todo das orações, palavras, para posteriormente analisar seus componentes. É necessário começar com unidades significativas para as crianças.
A diferenciação básica entre os métodos é a ênfase no trabalho auditivo ou visual.
Ambos os métodos se tornam falhos, pois mesmo que utilizados de forma mista apresentam discrepâncias.
“O ensino tradicional obrigou as crianças a reaprender a produzir os sons da fala, pensando que, se eles não são adequadamente diferenciáveis, não é possível escrever num sistema alfabético. Mas, esta premissa baseia-se em duas suposições, ambas falsas: que uma criança de seis anos não sabe distinguir os fonemas do seu idioma, e que a escrita alfabética é uma transcrição fonética do idioma. A primeira hipótese é falsa, porque, se a criança, no decorrer da aprendizagem da língua oral, não tivesse sido capaz de distinguir oralmente pares de palavras, tais como pau, mau; coisa que, obviamente, sabe fazer. A segunda hipótese também é falsa, em vista do fato de que nenhuma escrita constitui uma transcrição fonética da língua oral.” (Ferreiro e Teberosky, 1988, p.24)

Referência:
Emilia; Teberosk, Ana. A Psicogênese da Língua Escrita. Porto
Alegre: Artes Medicas 1988. 284p.

13/09 ATÉ 19/09 - TRABALHO SOBRE AS APRENDIZAGEM NOS EIXOS 1,2 E 3.

Minhas postagens neste blog foram de encontro ao trabalho que está sendo desenvolvido em meu TCC, a temática gira em torno do processo de alfabetização e da interação entre alunos para construção da leitura e escrita. Agora confesso que inicialmente não compreendia a razão de um exercício de retomada dos eixos anteriores, pois estava totalmente voltada para o TCC e para minha dificuldade em desenvolvê-lo, apresentei uma atitude um tanto imatura frente à atividade do blog, e por não compreendê-la minha atitude inicial foi a de negá-la. Após o mal estar inicial, segui em frente com as propostas de trabalho.
Revisitei as interdisciplinas do segundo semestre do PEAD, que me auxiliaram na construção de uma linha de pensamento a ser desenvolvido, retomei algumas leituras e retornei às minhas atividades para auxiliarem-me na construção do meu trabalho de conclusão.
Aos poucos já consegui esboçar uma estrutura inicial para o trabalho e fui fazendo minhas postagens semanais no blog, e devo afirmar que a sugestão de revisitar os eixos anteriores foi essencial para o deslanchar de meu trabalho. Este movimento levou-me a perceber meu crescimento ao longo dos semestres. Logo que visitei as interdisciplinas de Fundamentos da alfabetização e de Desenvolvimento e Aprendizagem sobre o enfoque da Psicologia, procurei por textos que contribuiriam para minha pesquisa, selecionei alguns destes textos os li. Foi possível lembrar de alguns destes textos enquanto os reli-a, ter uma vaga lembrança sobre seu conteúdo, enquanto outros me pareceram totalmente novos. Após as leituras, fiquei curiosa a respeito das impressões que tive na época em que os textos me foram apresentados.
Segui revistando também as páginas de propostas de atividades e por fim reli minhas produções. Analisando as atividades fica evidente que não dominava muito bem a ferramenta de texto Word, mas o principal tinha uma visão mais restrita sobre as questões abordadas. Percebi e lembro bem do esforço para realizar as atividades do tempo envolvido, da procura em realizar um bom trabalho. Mas hoje o resultado seria melhor porque tenho uma bagagem muito maior, tenho mais base para trabalhar aqueles temas. Uma de minhas postagem neste espaço foi justamente uma releitura de uma das atividades de Fundamentos da Alfabetização, que após ler o texto imediatamente comecei a registrar minhas impressões a respeito. O texto falava sobre Letramento e Alfabetização e eu gostei muito de ter entrado em contato com ele novamente. Lembro que na época esses dois conceitos não me eram claros, e agora foram de fácil entendimento. Percebo que consegui assimilar muito bem conceitos que em outro momento me causaram estranheza.
Gostaria de comentar ainda que minha escrita era simples, procurando atender as solicitações das tarefas, mas sem muito aprofundamento como se faz necessário agora.
Para encerrar desejo relatar uma situação ocorrida em minha, onde as professoras deveriam apresentar um planejamento trimestral, e houve muita resistência a respeito por parte de um grande grupo de colegas. A escola continuou impondo a tarefa e em reunião retomamos o assunto, eu achei muito natural fazer um planejamento individual, ao comentar isso quase fui expulsa da reunião... Bom o tempo passou e eu entreguei o planejamento à supervisão que ao ler me disse que parecia um trabalho de faculdade, e que não era necessário estar tão bem estruturado.
Hoje quando realizo alguma atividade dentro ou fora da faculdade, procuro aplicar (e aplico! de forma natural) as aprendizagem e vivencias que construí no curso PEAD.

SEMANA DE 06/09 ATÉ 12/09

Durante essa semana me detive exlusivamente em procurar materiais que auxiliassem minha pesquisa, e como ela gira em torno da alfabetização decidi falar um pouco sobre a alfabetização neste espaço.
Revisitei a interdisciplina de Fundamento da Alfabetização e retornei ao texto sobre alfabetização e letramento.

Na atual sociedade ser alfabetizado exige muito mais que decifrar códigos e dominar técnicas de leitura e escrita, é necessário saber fazer uso desta leitura e escrita. A este uso denominou-se letramento.
Conforme o analfabetismo em nosso país foi sendo minimizado, observou-se uma nova realidade: pessoas que lêem e escrevem, mas não incorporam estas práticas as suas vidas.
Letrado é aquele sujeito que faz prática da leitura e escrita, que incorpora seu significado, mesmo aquele que não sabe decifrar códigos pode ser letrado, o individuo letrado faz uso da aprendizagem. Uma pessoa pode ser letrada mesmo que ainda não tenha aprendido a ler e escrever, mas se envolve em práticas sociais de leitura e escrita. Uma pessoa alfabetizada que domina as técnicas de leitura e escrita, mas não as aplica, não é letrada.

“Uma criança, que mesmo ainda não dominando a técnica da leitura e da escrita, folheia livros, jornais, revistas... finge lê-los, brinca de escrever, escuta histórias lidas por outro, está rodeada de material escrito e percebe seu uso e função, pode ser considerada letrada, pois já entrou no mundo do letramento. Embora, seja considerada analfabeta, pois ainda não aprendeu a ler e escrever.” (Jaqueline Picetti e Annamaria Rangel. s/data)

Minha preocupação estando em sala de aula como professora alfabetizadora deve ser a de ensinar meus alunos a irem além de mera decifração de símbolos e códigos, mas de ensiná-los a fazer uso da leitura e escrita. Uma forma de aproximar as crianças destas práticas é fazê-las perceber a variedade de informações escritas que existem em nosso meio, exemplo disso é levar para a sala de aula atividades com diferentes portadores de textos, fazendo-as entrar em contato com livros, jornais, revistas, bulas de remédios, receitas culinárias e outros tipos de literatura. Outra prática a ser utilizada pode ser a hora do conto, onde pode-se usar gestos, mudar o tom de voz para fazer a leitura. Também é possível (e eles gostam muito) pedir para aqueles alunos que já estejam lendo, (e que desejem) ler em voz alta para os demais colegas, geralmente esta criança se sente importante e desperta nas demais o desejo de ser o próximo a ler.
É necessário que a escola desperte em seu aluno o gosto pela leitura e escrita e favoreças as práticas que o mantenham em contato com o mundo letrado.

Referência:

Síntese dos dois primeiros capítulos (O que é Letramento? E O que é Letramento e Alfabetização) do livro: SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Autêntica: Belo Horizonte, 2001. Material elaborado pela Profa. Doutoranda Jaqueline Picetti e pela Profa. Dra. Annamaria Rangel.

Escolha do tema... (30/08 - 05/09)

Na última semana estive no encontro presencial com meu professor e tutora. Mas ainda tinha uma ideia muito vaga sobre o que poderia ser meu TCC, estava apenas com a intenção de que eu pudesse abordar o assunto afetividade, mas só isso não era o suficiente e depois de muito refletir sobre várias idéias que foram surgindo ao longo do estágio e da vida profissional, ficava cada vez mais aflita. Com muita ajuda consegui esboçar uma pergunta norteadora: Como a cooperação entre alunos colabora para o processo de alfabetização?
Saí então da aula presencial com uma questão alinhavada, mas após pesquisar a respeito, encontrei pouco referencial teórico sobre o assunto. Mesmo assim após consultar o professor e este me tranquilizar será o caminho que seguirei daqui para frente.

AGUARDANDO...

Estou aguardando a próxima aula presencial (31/08/2010) onde discutirei com o professor Eliseo a abordagem e o rumo que seguirei para a elaboração do meu TCC. Havíamos alinhavado o tema afetividade e ele me sugeriu três caminhos para pesquisa. Pretendo discutí-los com ele para focar em um deles. Por enquanto aguardo esse momento para dar corpo as postagens neste espaço.

INICIANDO O TCC (16/08 - 29/08)

Muitos pontos me chamaram a atenção durante o desenvolvimento do estágio. Entre estes pontos os que mais me fizeram refletir foi referente ao desenvolvimento da autonomia por parte do aluno, o papel do professor neste processo e o próprio trabalho com projeto, sendo ele uma forma inovadora de trabalho dentro da sala de aula, principalmente por partir do interesse ou necessidade dos alunos e não do professor.
Outro assunto que mereceu destaque e me fez repensar minha prática como educadora foi referente a hábitos e práticas docentes enraizadas ao longo dos anos, muitas vezes repetidas por falta de conhecimento. Mas, a questão que mais me tocou neste período e que a muito tempo venho refletindo a respeito é a relação afetiva entre alunos e professor e aluno/aluno, e sua influência sobre a aprendizagem. A minha proposta de Investigação para o TCC refere-se à afetividade e aprendizagem nas relações em sala de aula.
Falar da afetividade na sala de aula, espaço de vivências, constituído por diversidades e sua relação com o aprender. Abordando a construção de vínculo afetivo na forma de ensinar, pensando na maneira como o afeto influência a relação ensino aprendizagem se tornando indispensável ao ato de ensinar e de construir conhecimento.
Assim pretendo desenvolver o meu trabalho de conclusão de curso, apoiada principalmente de Vigotsky que destaca o caráter indissociável entre aprendizagem e a interação com o outro, e de Maturana defendendo o conhecimento indissociável da emoção.

SEMANA 10



(Alunos se organizando para torcer pelo Brasil a copa e pelo Uruguai na gincana da escola)


Última semana de estágio, mas o projeto identidade continuará.
A semana iniciou agitada e festiva com a notícia de que vencemos a gincana da festa junina.
Minha turma venceu as demais turmas da escola, mesmo sendo um segundo ano e competindo com toda a escola e conseguiu vencer...
As crianças ficaram muito felizes com o resultado de seus esforços.
Esta gincana mostrou de forma mais visível, o resultado do trabalho ao longo destas dez semanas, indo de encontro aos objetivos do projeto, como desenvolvimento de autoestima, autonomia, solidariedade, independência, entre outras questões levantadas pelo projeto.
Para alcançarem um objetivo em comum, os alunos se uniram e aprenderam a lidar com as dificuldades e diferenças de cada um, desenvolveram espírito cooperativo e solidário.
Durante essa semana também se iniciou outra gincana na escola, a da copa do mundo.
Cada turma representará um país e a nossa ficou com o Uruguai. Nos preparamos para o desfile de abertura da gincana confeccionando bandeirinhas e pesquisando um pouco sobre o pais. Juntos nos caracterizamos para o desfile. O mesmo ocorreu no dia 15/06, nos caracterizamos para torcermos para o Brasil.
Os alunos estão empolgados com essa segunda gincana e esperam alcançar bons resultados. Conversei com as crianças sobre a importância de se participar, sobre vencer e perder. O prêmio da festa junina era ganhar transporte para um passeio, em conversa com a turma, lembramos que gostaríamos de fazer três passeios ao longo do ano letivo, uma ida ao teatro, que já ocorreu, ir ao cinema e ir a um parque da cidade. Após pesquisar muito havia conversado com as crianças e as outras professoras de A20, que ir ao cinema seria quase impossível pelo auto custo que teria e as condições financeiras das turmas. Agora como ganhamos o transporte e à ida ao cinema se torna mais viável. Mas, esse prêmio é apenas para a turma vencedora...
Eu e meus alunos decidimos dividir o prêmio com as outras turmas de A20, oportunizando a ida de todos ao cinema.
Abordo esse fato, para mais uma vez destacar ações perceptíveis do crescimento das crianças em relação aos objetivos traçados no projeto. Na turma se vê o espírito de solidariedade e cooperação, o maior envolvimento e participação de todos nas atividades propostas. Está se formando uma turma muito mais unida, que busca formas de auxiliar os colegas com dificuldades, que é generosa, solidária. Estou orgulhosa destes resultados.

SEMANA 9

Conhecendo a escola:

Curiosidade em saber o que esta por tras de cada porta...

Confeccionando bandeiras e ornamentando a escola para a festa junina...

Em outra época, estes eram os momentos em que eu já estaria de cabelos em pé!

AS APRENDIZAGENS:
As aprendizagens desta semana dizem muito mais a respeito de minha postura como professora e da percepção de mudanças na minha forma de trabalhar.
Mais uma vez houve a necessidade de adaptar o planejamento as necessidades da escola, pois esta semana seria nossa festa junina e a escola promoveu uma gincana da qual todos deveriam participar.
Como o trabalho com projetos é flexível e adaptável, foi possível integrar o tema ao nosso planejamento semanal.
As aprendizagens da semana se fazem em relação a minha postura como professora frente a antigos hábitos e formas de agir.
Em diversas situações da semana percebi uma mudança de comportamento, de postura profissional minha frente às atividades propostas. Uma dessas situações foi o momento de confecção de bandeirinhas e ornamentação da escola para a festa junina. Em alguns momentos em que eu estaria de cabelos em pé, como algumas colegas relataram terem ficado, eu estava tranquila porque descentralizei a autoridade e autoria da atividade para os próprios alunos mantendo-os envolvidos e responsáveis pelas tarefas a serem feitas.
Na pedagogia de projetos é necessário “ter coragem de romper com as limitações do cotidiano, muitas vezes auto-impostas” (Almeida e Fonseca Júnior, 2000, p. 22)
Outra situação a ser destacada foi à forma como trabalhei a visitação pela escola. Em anos anteriores eu apenas conduzia as crianças pelos corredores da escola e as mostrava as salas, e mais tarde constatava que eles não conheciam a escola nem suas dependências.
Desta vez trabalhei a visitação antes de fazê-la, partindo de uma história e da comparação entre a história: A escola de Marcelo de Ruth Rocha e a nossa escola. As crianças estavam bastante curiosas durante toda a visitação e fizeram uma “enxurrada” de perguntas, não deixando escapar nenhum cantinho se quer da escola, questionavam todas as dependências escolares, todos os porquês de seus interiores, como por exemplo, o cofre na direção, a sala dos professores ser diferente das salas dos alunos, e duas portas (depósitos) no prédio dos banheiros, que confesso até eu mesma querer saber direito o que tinha em seus interiores.
"Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino". Paulo Freire
As aprendizagens por parte das crianças é percebida em seus comportamentos, agora mais autônomas e questionadoras e voltadas ao trabalho proposto, porque o resultado deste trabalho esta dependendo muito mais do comprometimento delas próprias o que torno-o muito mais prazeroso a medida que percebem os frutos de seus trabalho.
Observo com a mudança de postura tanto da professora como dos alunos um crescimento e amadurecimento da turma que vai de encontro também a proposta do projeto identidade.
Mas, com todo esse movimento de construção de autonomia, independência e delegação de responsabilidade, percebe-se também que a turma está tendo líderes que se destacam por assumirem as atividades e integrar os demais colegas, a ressalva é que muitas vezes isto é feito de forma autoritária. Acredito que por estarmos em um processo de construção ainda existem muitas arestas e etapas para superarmos.

Referências:

ALMEIDA, F. J. & FONSECA JÚNIOR, F.M. Projetos e ambientes inovadores. Brasília: Secretaria de Educação a Distância – SEED/ Proinfo – Ministério da Educação, 2000.

http://www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf%5Cpedagogia_da_autonomia_-_paulofreire.pdf

SEMANA OITO

Uma das principais características do planejamento é a flexibilidade.
Durante essa semana fiz uso da flexibilidade do meu planejamento para adequar o meu plano semanal a proposta da escola.
Esta semana, em função do feriado, meu tempo com os alunos foi reduzido. (trabalhei com eles apenas três períodos na terça-feira e os acompanhei à Fundação Thiago Gonzaga na quarta-feira e a escola fez feriado ponte na sexta-feira)
O tema proposto para a semana seria “eu e minha casa”. Este tema sofreu alteração em função do passeio oferecido pela escola à fundação Thiago Gonzaga, então o tema tornou-se “eu no caminho para casa”. Trabalhei com os alunos assuntos relativos aos cuidados que devemos ter conosco no caminho para casa, no trânsito, pois muitos alunos utilizam transporte público para chegar à escola, outros “caronas” e muitos vêm a pé, mas a grande maioria vem sozinha para a escola e é notável o comportamento inadequado das crianças e das famílias frente ao trânsito em geral. Ao saírem da escola correm entre os carros, andam pelo meio da rua, não respeitam semáforos, etc. Quanto aos motoristas, deixam carros estacionados em lugares indevidos, obstruem a passagem dos pedestres, superlotam os carros com crianças, entre outros. São realmente bastante tumultuados os horários de saída e chegada na escola.
Durante o trabalho os alunos contribuíram com suas falas e relatos, abordei alguns sinais de trânsito da redondeza da nossa escola.
Na quarta-feira visitamos a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga e assistimos à peça: Últimos dias de super herói.
A peça foi de encontro aos cuidados com a vida de que falamos na aula.
Os resultados deste trabalho serão sentidos ao longo do ano letivo onde continuarei abordando o tema, pois ele requer uma mudança e tomada de consciência por parte de toda a comunidade, iniciando com as crianças que serão pequenos multiplicadores da valorização da vida.

SEMANA SETE

Durante essa semana trabalhei assuntos relacionados a animais. Iniciei com os animais de estimação das crianças e o assunto foi se aprofundando. Conversamos sobre animais silvestres, exóticos, domésticos, da fazenda, úteis e nocivos ao homem, sobre animais em extinção, sobre o IBAMA e o Projeto TAMAR. O assunto surgiu após constantes relatos de uma aluna sobre acontecimentos com seus animais de estimação ( morte e nascimento, etc.) e também por relatar que possuía animais silvestres em casa.
Alguns questionamentos surgiram ao longo do trabalho e percebemos que muitos animais faziam parte de mais de um grupo, por exemplo, animais domésticos úteis e da fazenda, etc.
As crianças escolheram um animal para sabermos mais e o animal escolhido foi o tubarão. Os alunos trouxeram materiais a respeito, figuras e informações e montamos um painel sobre ele, durante toda a semana acrescentamos novidades ao painel, também eu tive que me aprofundar e pesquisar sobre o tubarão.
Com relação aos cuidados com os animais, trouxe para a sala de aula um peixe da raça Beta, e os ajudantes do dia focam responsáveis pelos cuidados com ele.
As aprendizagens...
Muitos alunos se envolveram com os cuidados com o peixe e relataram seus cuidados também em casa com os bichinhos de estimação, outros se lembraram dos animais abandonados nas ruas, conversei sobre a responsabilidade de cuidar de um bichinho na hora de adotar um.
No momento de construção de cartaz sobre os animais e a que grupo cada um pertencia, muitos esclarecimentos foram feitos e também algumas vezes tivemos que retornar as pesquisas para termos certeza do lugar de cada animal, aí surgiu à possibilidade de que os animais podem pertencer a vários grupos, para surpresa de alguns alunos. O bom da discussão é que vários animais considerados nocivos pelas crianças, como a cobra, puderam ser vistos de outra forma o que enriqueceu o trabalho trazendo dois lados da mesma questão, dois pontos de vistas diferentes para o mesmo assunto.
Com a colega Rafaela e seus animais exóticos surgiu o assunto IBAMA e a licença que devemos ter para cuidar destes animais e a conscientização da menina sobre os mesmos.
A mim, a constatação de que as crianças se envolvem muito mais em assuntos de seus interesses, e atividades práticas onde eles participem diretamente, como no caso confecção de cartazes e elaboração de maquetes, tamanho foi o envolvimento das crianças nessas atividades que minha presenças quase não se fazia necessária...
Confirmação de que o trabalho por projetos permite uma liberdade muito grande para abordar assuntos diversos, o foco de nosso trabalho identidade e é bastante amplo, mas através do projeto permite que seja possível a discussão de diversos temas.
Os alunos participaram ativamente de todas as atividades, contribuindo com falas, informações, materiais, pesquisas, figuras etc. Sobre o tubarão foi possível fazer um quadro sobre o que sabíamos o que gostaríamos de saber e o que descobrimos. Manteremos a pesquisa enquanto houver interesse por parte dos alunos. Essa semana o trabalho foi muito mais integrado entre os alunos e eu, pois o assunto animais é muito amplo e também eu juntamente com eles me aprofundei mais no tema, realizando pesquisas e confirmando informações, as trocas foram constantes e a aula fluiu não apenas com o objetivo de transmitir conhecimentos mais de construí-los coletivamente, tornando todos agentes no trabalho.

Trabalho em grupo, confecção de cartazes:



Pesquisa sobre tubarões:



Construção de maquete, em grupos, sobre os animais:



SEMANA SEIS

Atividade de contorno corporal e desenho de sua própria imagem:



O resultado de tanta dedicação pronto! Não poderia ser melhor:



Experimentação para percepção através dos sentidos:



Na semana seis trabalhei com minha turma assuntos relacionados ao corpo e cuidados com ele.
As aprendizagens que destaco são as referentes às atividades desenvolvidas sobre o contorno corporal e desenho de sua própria imagem e as envolvendo os órgãos de sentido.
Em relação à atividade de contorno corporal a aprendizagem também foi minha em dois momentos: um inicial, onde eu comecei a contornar os alunos e me dei conta que eles próprios eram capazes de fazê-los. Neste momento pedi que formassem duplas e realizassem os contornos, assim delegando responsabilidades e estimulando autonomia e participação dos alunos envolvendo-os mais ainda na atividade. Assim sendo mais coerente com o que desejo para eles. Em certo momento da atividade duas alunas me procuraram e disseram realmente não ter conseguido realizar a tarefa, me mostrando o papel. Perguntei a elas como resolveríamos o problema já que eu havia devolvido o rolo de papel cartaz... Uma das meninas me respondeu: - É só virar e fazer do outro lado. Eu concordei as duas correram satisfeitas para continuar trabalhando.
Percebi que como Paulo Freire traz na pedagogia da autonomia:
“ Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender" (p. 25)
Constatei que os alunos se envolveram de tal forma na atividade que nos esquecemos de lanchar, e muitas crianças após uma semana sem recreio não queriam fazê-lo, mesmo com minha insistência, elas queriam continuar trabalhando.
A outra aprendizagem a ser destacada é a relacionada aos órgãos do sentido. Ao explicar aos alunos os nomes que damos a cada um, as crianças acharam estranho chamar, paladar, audição... Elas estavam mais familiarizadas apenas com a nomenclatura visão. Ao perguntar se eles haviam entendido para poder passar para a atividade prática, um aluno respondeu:
Sim !!! É como enxergamos com as mãos, com o nariz, com as mãos ...
De sua maneira ele explicou como havia entendido.
Após partimos para a atividade prática onde trouxe vários sabores, texturas, cheiros e sons para os alunos experimentarem sem usar a visão, por isso foram vendados. Todos participaram com muito entusiasmo e queriam fazê-lo novamente... Dava para perceber na hora da degustação as preferências pelos doces e salgados e as caretas pelos amargos e ácidos.
Somente gostaria de acrescentar que percebi certa dificuldade em geral, por parte das crianças, na identificação dos sons. Utilizei sons conhecidos com o relógio, chaves, guizo, mas mesmo assim muitos não reconheceram.

SEMANA CINCO

Essa semana abordarei duas aprendizagens:
A primeira referente ao trabalho proposto sobre gravidez, nascimento, tipos de parto.
O trabalho da semana abordou após pesquisa como as crianças nasceram que tipo foi o parto, etc. Após a realização do trabalho percebi que as crianças haviam de fato compreendido o processo porque ao fazermos uma página do livro da vida (nosso projeto) as crianças se desenharam dentro da barriga das mães, mas dentro do saco gestacional, com cordão umbilical e tudo. Outra mostra de que o assunto foi compreendido e assimilado foi quando ouvi uma aluna respondendo a outra de que forma havia nascido e esta disse: - Saí da vagina da mãe!
Durante a semana os alunos se mostraram agitados com o tema proposto, mas também extremamente curiosos e interessados.
Piaget explica que o interesse consiste num prolongamento das necessidades, ou seja, na interação que a criança estabelece com o mundo; um objeto ganha estatuto de “interessante” à medida que atende a uma necessidade. Diz o autor: “O interesse é a orientação própria a todo ato de assimilação mental. Assimilar, mentalmente, é incorporar um objeto à atividade do sujeito, e esta relação de incorporação entre o objeto e o eu não é outra que o interesse, no sentido mais direto do termo (‘inter-esse’)” (PIAGET, 2005b, p. 37).
A segunda aprendizagem que quero destacar diz respeito ao trabalho que fiz envolvendo linha de tempo: a história de cada um.
Neste trabalho os alunos pesquisaram em casa fatos que marcaram suas histórias a partir do nascimento até os dias atuais. Após a pesquisa e conversa sobre as histórias montamos uma ferinha com objetos e fotos das crianças nas diferentes idades. Convidamos as outras turmas de A20 para nos visitar.
O grande movimento que este trabalho despertou foi o interesse das demais turmas, além de fazer com que meus alunos se apropriassem de suas próprias histórias eles passaram a apresentá-las com orgulho para outros colegas.
As demais professoras se sentiram também desafiadas pelo trabalho, pois perceberam o envolvimento e seriedade que os alunos demonstraram ao realizá-lo.
A relação dialógica que se estabelece entre o Eu e o Outro pressupõe que o Eu se conheça, identificando-se consigo próprio, diferenciando-se do outro, mas reconhecendo que este constitui uma identidade diferente, com outros valores, necessidades e capacidades; neste reconhecimento de identidades surgem os conceitos de respeito, empatia, exigência e partilha. A actividade da criança desenvolve-se no espaço e no tempo com a realidade material e com as pessoas com a actividade interpessoal consistindo na relação recíproca assimétrica e dialéctica entre pessoas, sujeitos capazes de sair de si mesmos e colocar-se no lugar do outro, sem deixar de serem eles próprios, sem manipular ou subalternizar o outro (Alarcão, 1991; Tavares, 1996).
Ao final da exposição uma das professoras retornou a nossa sala com seus alunos e um relatório sobre a visita.
Percebi que é necessário outorgar as crianças responsabilidades, deixando-as agentes de suas pesquisas e construção de conhecimento, posso assumir um papel menos fiscalizadora e duvidosa de que eles não irão conseguir, e realmente continuar instigando meus alunos e como Vygotsky atribuiu ao papel do professor, impulsionar e conduzir o desenvolvimento das crianças.
Aprendi nesta semana que é possível confiar na capacidade das crianças em se organizarem quando elas desejam, também aprendi que muitas vezes a intervenção de uma crianças com a outra (entre seus pares) é mais valiosa que a interferência do professor. Isto se dá quando não consigo fazer-me entender e peço a um aluno explicar a outro e este passa a entender o que queria passar-lhe após a explicação do colega.
Um exemplo mais grosseiro disso foi que nos ensaios da semana para a apresentação do dia das famílias na escola, eu sempre reproduzia com as crianças os movimentos (coreografia) e cantava a música com eles que ficam desatentos e aguardavam meus movimentos, a partir do momento que passei a não faz~e-los mais junto com as crianças, elas perceberam que teriam que saber sozinhas quando realizar e cantar cada parte da apresentação e passaram a estarem bem mais atentas e concentradas. E, tembém em um ds ensaios um de meus alunos insistia em arrastar-se pelo chão e mesmo que eu chamasse sua atenção ele tornava a fazer... Até que uma aluna disse a ele: - Pare com isso, você não é mais bebê. Foi o suficiente para ele se levantar dali.
Por fim gostaria de registrar que estava bastante insegura frente à realização de um projeto que não era voltado para a alfabetização e sim para o tema identidade, minha insegurança era de não atender a alfabetização como deveria. Mas, após o conselho de classe e as avaliações que os alunos fizeram percebi que a alfabetização perpassa todo o projeto e é trabalhada de forma coadjuvante a ele. Meus alunos estão demonstrando maior maturidade percebida pelas demais colegas da escola e também maior organização frutos do projeto, além disso percebi suas evoluções no processo de aquisição de escrita.


MONTAGEM DA FEIRA COM EXPOSIÇÃO DA LINHA DE TEMPO DE CADA ALUNO, FOTOS E OBJETOS DE QUANDO ERAM BEBÊS:


VISITAÇÃO DAS OUTRAS TURMAS DE A20 A NOSSA FEIRA.
(Cada aluno mostrou sua linha de tempo, objetos e fotos, e contou um pouco de sua história para os colegas das demais turmas , assim como destacou um fato como o mais importante até a idade atual.)


OS ALUNOS DA TURMA A22 NOS REVISITARAM COM RELATÓRIOS SOBRE A OBSERVAÇÃO DA FEIRA, E DESTACARAM OS FATOS QUE GOSTARAM MAIS SOBRE A HISTÓRIA DE CADA ALUNO.



ENSAIO DAS TRÊS A20, PARA A APRESENTAÇÃO DE SÁBADO DIA 15/05/10, HOMENAGEM AS FAMÍLIAS, NA SALA DE MULTIMEIOS. MÚSICA AS SEMENTES DE BETO HERRMANN:

REPOSTAGEM SEMANA 4

Acreditando que a aprendizagem deve ser construída, e que para o aluno passar a relacionar um novo conhecimento, a um prévio já existente, ele deve interagir, explorar, pesquisar, experimentar e internalizar tal conhecimento.
Lembrando Vigotski que denominou o processo de internalização como:
“ ... o processo de reconstrução interna de uma operação externa. Esse processo consiste numa série de transformações em que o indivíduo apreende para si aquilo que se encontra no mundo externo em forma de produções histórico-sociais e culturais. Assim, “[...] uma atividade externa é reconstruída e começa a ocorrer internamente. Um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal.”
(VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1996.)
Pensando assim como professora devo proporcionar a meus alunos recursos para que estes processos possam ocorrer. Assumir uma postura interacionista e aplicar os conceitos do interacionismo de Vygotsky, levando em consideração as experiências anteriores dos alunos, pois proporcionam novas construções, além disso, considerar as relações que estes alunos estabelecem no ambiente em que vivem.
Sendo assim, de nada adianta falar em alimentação saudável a alunos com baixo poder aquisitivo, numa atualidade onde a alimentação saudável é mais cara que a industrializada. Exemplo disso é que as mães de alguns de meus alunos comentaram que com o preço de duas maçãs elas comprariam um quilo de massa e alimentariam a família inteira.
Neste momento repensei meu planejamento. Havia planejado realizar uma receita com os alunos, mas a receita original possuía itens mais caros, então ao invés de pedir para que os alunos trouxessem os ingredientes da receita, eu trouxe alguns e a escola colaborou com outros, e os itens mais caros foram substituídos por itens mais baratos, sem alterar o objetivo de preparar um alimento saudável.
A aprendizagem para ser significativa implica em atribuir significado. Ao longo da semana pesquisamos, conversamos e procurarmos alimentos saudáveis e de baixo preço.
Um dos propósitos da semana era entender a importância de uma alimentação saudável e seus benefícios, este propósito ampliou-se para uma alimentação saudável, benéfica e de baixo custo, indo de encontro às necessidades da comunidade escolar.
As mães mais envolvidas comentaram e demonstraram interesse em participarem da realização de oficinas com receitas com cascas, talos e sobras de alimentos. (reaproveitamento)Mas, esta oportunidade será repensada em um outro momento.
Com o envolvimento de algumas famílias, as crianças se mostraram muito mais entusiasmadas em realizar nossa receita, muitas comentaram que pediriam para suas mães fazê-la em casa. Muitos durante toda a semana trouxeram em suas falas compreensão sobre os benefícios de uma boa alimentação e recriminaram seus colegas que traziam alimentos “menos saudáveis”, também contribuíram com falas e idéias sobre uma boa alimentação.
Houve, portanto nesta experiência trocas significativas entre professor, aluno e famílias, que contribuíram para aquisição de conhecimento e mudança de hábitos, não de uma forma imposta, mas internalizada a partir de conceitos trabalhados de acordo com os interesses dos envolvidos no processo.

QUARTA SEMANA

Ao final da quarta semana percebi minha grande ansiedade em realizar todas as atividades propostas em meu planejamento. Essa semana foi bastante atribulada, pois nela deveriam ser realizadas atividades que requeriam tempo e além destas, avaliações e ensaio para apresentação referente ao dia das mães.
Inicialmente fiquei frustrada por não ser possível realizar tudo aquilo que havia previsto, mas ao repensar o planejamento percebi a necessidade da flexibilidade. Um planejamento flexível que consegue atender as demandas da semana é muito mais importante do que atividades pensadas anteriormente sem vivenciar a realidade da semana.
Então fui de encontro às necessidades dos alunos e da escola e priorizei atividades que eram mais significativas para as crianças e assim consegui bons resultados. Mas na verdade o trabalho desta semana continuará, pois o tema alimentação saudável deve ser abordado diariamente com os alunos, no momento das refeições realizadas na escola. É algo a ser cultivado. Perceberei melhor o resultado deste trabalho nas escolhas referentes a alimentos, feitas pelas crianças.

TERCEIRA SEMANA...


As aprendizagens positivas que posso destacar na semana dizem respeito à introdução do jogo como recurso pedagógico.
Segundo Vygotsky:
É a partir dos jogos que permitimos que os alunos sejam criativos, pensem de forma diferente, que possam ser autônomos e não reprodutores de regras e leis, permitimos que criem suas regras. "Em um sentido, no brinquedo a criança é livre para determinar suas próprias ações" (Vygotsky,1989:118).
Foi extremamente importante observar os alunos durante a atividade proposta: jogo dos gostos. Primeiramente observar a forma de organização e composição dos grupos a autonomia para criar regras para jogarem, o respeito em cada rodada. Em segundo momento perceber as trocas e interação dos grupos, ouvir as falas dos alunos, perceber que muitos não sabiam opinar e dizer suas preferências em relação ao que lhes era pedido, e outros alunos demonstravam surpresa ao ver que mais de um colega, assim como ele, gostava ou preferia o mesmo.
Desta forma acredito estar trabalhando vários aspectos que remetem ao meu planejamento e objetivo com o projeto Identidade. Com uma atividade foi possível avaliar, identificar, construir regras, estimular autonomia, interação entre os alunos, autoconhecimento, entre outros objetivos do projeto.
Trabalhando de acordo com a proposta do projeto, e de forma lúdica construindo conhecimento, destaco ainda o trabalho realizado com rimas. Após a leitura e trabalho como texto: Ou isto ou aquilo de Cecília Meireles. Utilizei a rima para facilitar a relação som-letra, e através dela construímos um “livrão” procurando fazer rimas com os nomes dos alunos aliado a suas preferências anteriormente pesquisadas. Foi um momento lúdico de brincadeira e de brincar com as palavras onde todos interagiram e se envolveram com o trabalho. O lúdico é uma maneira prazerosa de proporcionar à criança experiências novas. Também desenvolve a organização espacial, amplia o raciocínio lógico na medida em que exige estratégias de planejamento e estimula a criatividade e com o lúdico encerrei a semana.
Mas, apesar de estar aplicando o trabalho proposto, ainda não foi possível realizar a pesquisa sobre a origem dos nomes dos alunos, pois mais uma vez não conseguimos utilizar o laboratório de aprendizagem, desta vez não havia uma pessoa disponível que pudesse ligar os computadores. Com muita boa vontade a secretaria da escola subiu até o laboratório de informática para fazer este trabalho, no momento em que ela pode, mas já havia se passado mais da metade do período que tínhamos direito, e eu já estava realizando outra tarefa. Então mais uma vez ficou para a próxima semana.

SEGUNDA SEMANA...



Esta semana foi bastante produtiva, pois percebi entendimento dos alunos quanto aos temas abordados. Trabalhei com eles respeito pela diversidade cultural. Abordamos a cultura indígena. Na semana passada havíamos abordado a negra. Interessante é que fomos convidados a assistir um filme: Kirikou 2, onde o personagem principal é um menino muito pequeno de uma tribo africana com diferentes hábitos e costumes, assim como os índios. O espanto inicial foi que as mulheres da tribo não cobriam os seios e o menino Kirikou andava nu. Mas, a história era tão envolvente que este espanto passou naturalmente.
Os meninos destacaram que mesmo sendo tão pequeno, Kirikou era esperto, e resolvia os problemas que iam surgindo no desenrolar da história.
No final da manhã conversamos sobre diferenças e semelhanças entre as culturas.
Os alunos demonstraram através de suas falas, compreensão e respeito pelas diferentes culturas, e também perceberam que as culturas se “mesclam”, pois utilizamos, por exemplo, palavras que são de origem indígena, entre outras comparações.
Nesta semana também realizamos o trabalho referente à medição dos alunos, que ocorreu de forma tranqüila, as noções de comprimento foram apresentadas e os alunos iniciaram as comparações entre seus tamanhos, queriam saber quem era o maior da turma e quem era o menor.

PRIMEIRA SEMANA DE ESTÁGIO 12/04 até 19/04



Planejei muitos materiais para essa semana, pois me empolguei bastante com o tema escolhido (identidade). A semana correu tranqüila, mas alguns trabalhos não puderam ser desenvolvidos por vários motivos, um deles agitação dos alunos. Por diversas vezes se fez necessário retomar as combinações da turma, outro motivo foi que a produção de materiais impressos atrasou. Havia planejado uma entrevista com os pais, mas não ficou pronta em tempo e será entregue na próxima semana.
O trabalho mais significativo da semana foi a história: Menina bonita do laço de fita.
As crianças demonstraram bastante interesse pela história, apenas três crianças a conheciam e pedi segredo para elas que prontamente colaboram. Trabalhei inicialmente a história sem as gravuras do livro e pedi para que os alunos imaginassem e registrassem como achavam que seriam seus personagens. Foi bastante divertido porque alguns alunos descobriram que “erram” a aparência da menina.
Também aproveitei a história para trabalhar leitura e escrita com as crianças.

SEMANA DE 12/04 ATÉ 19/04

Início do estágio, muitas ideias na cabeça... Optei mesmo pelo trabalho envolvendo identidade e pela construção de um livro sobre a vida dos alunos, a ser escrito com os dados coletados ao longo do estágio. Mas, são tantas informações e possibilidades que acredito que o projeto se estenderá além do estágio. Conversei com minhas colegas paralelas sobre o trabalho e elas demonstraram interesse neste, para quem sabe aplicá-lo com suas turmas no segundo semestre.
Os alunos estão bastante empolgados e participativos, pois o trabalho vai de encontro com o interesse deles.

SEMANA DE 05/04 ATÉ 12/04

Estava bastante ansiosa em relação ao estágio. Havia ainda uma incerteza por parte da escola e da prefeitura de Porto Alegre sobre este. As informações estavam um pouco desencontradas, mas agora está tudo certo. Então um problema resolvido: onde fazer o estágio. Mas nasce outro: como fazer???? Estava super preocupada, pois geralmente tenho muitas ideias “borbulhante” voltadas para a sala de aula, escola, alunos, e não tenho preguiça de colocá-las em prática, pois quando começo não paro mais. Minhas colegas sempre me disseram que sou muito criativa e que possuo facilidade para fazer a interdisciplinaridade entre as disciplinas, conteúdos e temas... Também sou muito agitada e às vezes elas se perdem com a rapidez de meu raciocínio e me chama de hiperativa ... Mas, logo agora que preciso de todo esse gás, cadê meus “super poderes”??? Se perderam??? Estava muito inquieta porque apenas esbocei um projeto para o meu estágio... Justamente agora em que mais precisava estar com as idéias borbulhantes “a mil” faço uma ou outra bolhinha!!!
Bom, após a aula presencial de ontem senti a máquina das idéias borbulhantes começar a engrenar de novo, ufa!
O professor Eliseo pediu que cada uma falasse um pouco do que estava pensando realizar e ele gostou do que eu relatei, e me deu um certo apoio e norte para continuar criando a partir do eu havia pensado.
Cheguei em casa e comecei a dar “corpo” ao meu projeto... o problema foi dormir depois, porque as idéias estavam de volta e com a cabeça borbulhando não conseguia descansar, levantava da cama e acrescentava mais alguma “coisinha”... Contudo ainda falta muito, as minhas ideias são apenas um alinhavo inicial. Ainda identifico nesse processo todo de criação, minha maior dificuldade, que é colocar no papel ou expor o que se passa nas borbulhas de minha mente.

SEMANA DE 29/03 ATÉ 05/06


Está semana foi bastante corrida com muitas atividades nas escolas relacionadas à páscoa. Estou dando continuidade ao blog das turmas e as crianças estão adorando... Havia postado um vídeo sobre o alfabeto e todos adoraram, é uma música bastante alegre, mas rápida também e eles acompanharam!!! Nem que apenas o refrão, todos saíram cantarolando... Levei-os até a sala de multimeios juntamente com as professoras das outras turmas para que aqueles que ainda não tiveram acesso ao blog pudessem conhecê-lo. Foi muito interessante, olhares surpreso identificando onde estavam e o que haviam visto em aula, no final da apresentação ouvimos um coro pedindo: De novo! De novo!!! Prometemos mais quando for possível utilizar a sala de informática.

SEMANA DE 22/03 ATÉ 29/03


Criei um blog para as nossas turmas de A20, com uma senha e endereço próprio, que repassei para as outras duas professoras referências responsáveis pelas turmas A22 e A23. Pensei neste blog para divulgar o que estamos fazendo na sala de aula, é um blog de acompanhamento das três turmas de A20/2010.
Minhas colegas adoraram a ideia e começam a tentar utilizá-lo, estou orientando-as com os conhecimento que possuo, mas elas ficam receosas de utilizar e ainda preferem que eu faça as postagens ou esteja presente quando elas o fizerem, ficam maravilhadas com os recursos que podemos utilizar,desejam que eu seja a maior responsável pelo mesmo.
A criação deste blog desacomodou um pouco o grupo docente mais próximo das turmas de A20, que passaram a se interessar mais pelo assunto, assim como acompanhar o blog e também nos procurar para divulgar as suas atividades desenvolvidas com os alunos no mesmo. Muitas colegas demonstraram interesse em criar um blog para suas turmas. A supervisão da escola comentou comigo a possibilidade de fazermos uma reunião no laboratório de informática, onde eu possa ensinar minhas colegas, que possuirem interesse, a criar e acessar um blog.
No blog criado para as A20 postamos as atividades desenvolvidas com as turmas, as novidades, o planejamento para a semana... Os alunos e famílias estão acessando também e gostando muito, todas permitiram a divulgação das fotos de seus filhos e trabalhos por meio de autorização escrita. Os alunos chegam na escola e comentam os vídeos e fotos contidas no blog. Através do data show apresentei para as turmas o desenvolvimento do blog, as crianças estão muito empolgadas.
Penso que assim que o laboratório de informática receber o estagiário de informática, será possível utilizar o espaço para a turma acessar o blog, pensei em criar um e-mail para cada aluno, ensiná-lo a utilizar a internet, o blog, entre outros.
Acredito que este trabalho também possa estar linkado de alguma forma com minha ideia inicial para o estágio e também sobre a ideia inicial de um projeto sobre identidade....
O endereço do blog é:
http://turmasavinte.blogspot.com/
Acompanhe !!!!

SEMANA DE 15/03 ATÉ 22/03...

Último ano de PEAD!!!
Mais um ano de trabalho...
Reiniciei este semestre ainda sem saber em que escola faria o estágio. A prefeitura de Porto Alegre possui algumas restrições quanto a estágiarios. Mas, agora está tudo encaminhado e farei meu estágio na mesma escola e turma que trabalho, o que com certeza é um ganho, pois caso contrário teria que trabalhar sessenta horas semanais( contando com as horas do estágio) e acredito que não aguentaria.
Estou bastante ansiosa com o estágio e ainda não consegui pensar em uma ação ou arquitetura pedagógica para desenvolver no mesmo. Penso apenas em um projeto para trabalhar com a turma que seria identidade. Os recursos que poderia trabalhar com eles seriam filmes, a sala de informática, espelho na sala de multimeios, entre outros. O assunto é bastante amplo e posso abordar diversos conteúdos com ele, pensei também na construção de um livro ao longo do projeto e de um Blog de acompanhamento... Estou me sentindo um pouco sem orientação a respeito desta etapa do PEAD, mas com certeza é uma insegurança inicial, pois creio que teremos todo um apoio para seguirmos em frente.