De 07/12 até 13/12 ...

A correria aumentou ... Trabalho, trabalho e trabalho...
Conselhos de classe, avaliações finais, encaminhamentos, sábados e sábados de recuperação por conta da gripe H1N1, apresentações de natal, PEAD ...
Nossa... Estou super cansada!!!
Mas essa semana consegui rever meu Portfólio de Aprendizagem, e também visitar os blogs de outras colegas de polos diferentes, troquei e-mail com uma colega da cidade de Alvorada. Nós duas possuímos dúvidas sobre o estágio e TCC do PEAD, pois não conseguimos entender muito bem a ideia de depois de tantos anos de sala de aula e de já estarmos efetivadas em nossas escolas nos submetermos a um novo estágio... O mesmo dizemos a respeito do TCC, a maioria das faculdades de Educação não cobram essa avaliação final, muitas solicitam o documento, mas não a apresentação do mesmo e outras nem o documento.
Achamos estranho da parte do PEAD, que é um curso inovador, apegar-se com estes instrumentos de avaliação...
Pensamos a respeito de toda nossa caminhada neste curso, a rotina extensa de trabalhos, (muito maior do que qualquer curso presencial)os porquês envolvidos na escolha deste curso, as adaptações que o PEAD e nos alunas sofremos ao longo destes três anos, nossas aprendizagens, entre tantas outras coisas ... e realmente não estamos satisfeitas com desfecho final.

De 30/11 até 06/12 ...


Semana de preparação para o Portfólio de Aprendizagem 2009/2.
A oportunidade de conhecer o blog de outras colegas foi muito interessante, pois sempre tive curiosidade em conhecer os outros polos e como as colegas pensavam...
Escolhi um blog de Três Cachoeiras para analisar, pensei nessa cidade por ser pequena e sempre ouvir falar muito bem da qualidade do ensino nas cidades do interior do RS.
Ao escolher o blog, pesquisei também sobre a cidade, o site da cidade de Três Cachoeiras (http://www.trescachoeiras.rs.cnm.org.br/portal1/intro.asp?iIdMun=100143427) é muito organizado e atualizado, encontrei ali muitos dados que poderiam ter sido usados se meu grupo da EJA tivesse escolhido aquela cidade, para o levantamento de dados, pois traz muitas informações bem precisas sobre a cidade e a educação. A ideia que me ocorreu é que parece que por ser uma cidade pequena seja mais fácil de obter dados mais detalhados sobre o local...

De 23 até 29 de novembro ...

A EJA havia sugerido uma proposta de trabalho onde meu grupo fez pesquisas, levantamento de dados sobre alfabetização, analfabetismo, EJA entre tantos outros dados, como porcentagens por sexo, idade, etc... A proposta escolhida era a 4: Mapeamento diagnóstico da realidade da educação de jovens e adultos na região pesquisada a fim de que se possa coletar e organizar dados atuais sobre o assunto.
Nossa ideia inicial era fazer um levantamento de dados de uma realidade bem próxima a nós: o bairro da escola, por exemplo, mas foi bastante difícil encontrar e pesquisar dados sobre aquela comunidade, então partimos para dados mais abrangentes como do município, estado, país... Encontramos muitos dados desatualizados, antigos, e na maioria das vezes não conseguimos atender a todos os itens da proposta de trabalho. Por fim acabamos restringindo o tema para o município de Porto Alegre, e as informações giraram basicamente em torno de como a cidade está envolvida para combater o analfabetismo.

Veja um pouquinho das informações que colhemos:

Porto Alegre recebeu em 20/06/2007 o selo que a reconhece como Cidade Livre do Analfabetismo.
Criado pelo Ministério da Educação (MEC) para incentivar ações de alfabetização nos municípios, o selo é concedido a toda cidade que alcançar 96% de alfabetização.
No total, 64 municípios brasileiros receberam o selo, sendo 40 no Rio Grande do Sul. Entre as capitais, além de Porto Alegre, apenas Curitiba e Florianópolis foram reconhecidas.
Conforme o censo do IBGE de 2000, Porto Alegre registra taxa de analfabetismo de 3,3%. Com a implementação de programas voltados à educação de jovens e adultos, a meta da prefeitura é reduzir o índice para 2%.

MEU TEXTO...



Na foto acima: as organizadoras do livro, a secretária municipal de Educação, Cleci Jurach, e as tutoras do Pró-letramento: Elenir Terezinha Garcia da Silva e Nedli Magalhões Valmorbida, no Cais do Porto, Feira do livro 2009, lançando nosso livro...



Estou bastante contente, pois recebi esta semana a notícia de que um texto meu, sobre memórias da minha alfabetização, foi publicado em um livro patrocinado pela prefeitura de Porto Alegre, com o título: "MEMÓRIAS DO LER" . A minha história está na página 45 e se chama "Memórias". Este projeto foi desenvolvido pela equipe da SMED PoA, setor responsável pelo Pró-letramento, com o intuito de resgatar e registrar as experiências que nós professoras relatavamos ao longo do curso do Pró-Letramento módulo 1 (português). Foi bastante gratificante poder contribuir com o meu relato nesta obra.

SEMANA DE 16/11 ATÉ 22/11

Na quinta-feira desta semana fui assistir a palestra: Avaliação Qualitativa em Matemática: Problematizando Práticas Escolares nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Os palestrantes foram o dr. Antônio Miguel e a drª Anna Regina de Moura, da Faculdade de Educação da UNICAMP. Ela foi realizada na UFRGS. A palestra foi bastante proveitosa e ia de encontro a dados que sentimos na sala de aula, como por exemplo, o empenho em ensinar determinados conteúdos e o pouco retorno da parte dos alunos com eles, o que mais me chamou a atenção foi o cuidado com a escolha do material a ser trabalhado e a dedicação com que os pesquisadores desenvolveram a pesquisa, o tempo despendido com a coleta de dados e comparação dos mesmos, o cuidado em analisar cada resposta, de cada aluno e a intenção de devolver esses dados para a escola. Com a pesquisa entendemos que os alunos acertaram mais questões (de um questionário que lhes ofereceram) relacionadas ao cotidiano deles fora da escola e nos conteúdos trabalhadas nela houve um acerto bem menor. Porquê? Talvez porque a escola esteja perdendo muito tempo em conteúdos e regras e esteja esquecendo de preparar seu aluno para a vida, indo de encontro com suas curiosidades e esquecendo de "disperdiçar tempo" com o que realmente interessa: auxiliá-los a se desenvolverem, pensarem... Se analisarmos a grade curricular de uma escola percebemos a grande repetição de conteúdos nas séries, e são muito poucas as professoras que tentam trabalharem com seus alunos outros conhecimentos fora os conteúdos escolares...
A educação não se faz sozinha, a escola necessita do apoio da comunidade em que está inserida, devemos trabalhar essa comunidade, essas famílias, mostrar que um caderno repleto de "continhas" não quer dizer que a crinça entendeu os processos de adição, subtração, divisão e multiplicação... ou pior como presenciei nesta manhã, uma professora pediu para seus alunos escreverem os númerais de 0 até 99, os alunos o fizeram, ao me aproximar perguntei a um deles que número era o algaismo: 30, a criança respondeu não sei o nome, então pedi que fizesse trinta bolinhas "aquela quantidade" e ele não passou do 16... Se dentro da escola nos deparamos com situações como essas não é a toa que pais cobrem cadernos cheios...
Mas, como tudo é aprendizagem a palestra me proporcionou boas reflexões e ainda uma nova forma de realizar contas de multiplicação... algo inédito para mim, que não sou muito boa com números, de uma forma rápida e fácil, sem precisar "decorar" a tabuada agora passo a fazer cálculos utilizando o desenho de linhas retas ... Bom é melhor seguir o racíocinio do modelo aqui em baixo, ele exemplifica muito melhor:

DE 09/11 ATÉ 15/11:

LIBRAS...
Ao ler os textos sugeridos pela interdisciplina de LIBRAS fiquei bastante impressionada com a história dos surdos. Não fazia ideia de como foram julgados e excluídos... Me causou espanto a ignorância da época, também me chamou a atenção a decisão tomada no Congresso de Milão, em 1880 de optar pela oralidade como educação para os surdos. Possuíam o pensamento de que sem fala não existe pensamento. Penso nas dificuldades enfrentadas pela comunidade surda da época, essa de decisão implicou no direito de escolha daquelas pessoas, foi-lhes negado o direito de como se expressarem, e lhe fora imposta a forma como deveriam fazer. A língua de sinais tornou-se, me parece, algo obscuro porque segundo o texto sugerido era mantida as escuras, por mais de cem anos.
Como todo processo de evolução, muitos foram os métodos que vieram a serem desenvolvidos para auxiliar a comunicação dos surdos. Como leiga ao iniciar a leitura sobre o método comunicação total acreditei ser ele o melhor e mais adequado para a comunicação destes, ao prosseguir na leitura percebi que estava enganada. Acredito que o melhor método seja a Pedagogia Surda, pois promove uma valorização da cultura e identidade surda e principalmente traz a inclusão deste na sociedade a qual faz parte.

De 02/11 até 08/11


Essa semana está sendo muito difícil ... Todos sofremos altos e baixos e estou em enfrentando uma fase ruim...
O bom dessa semana foi poder trabalhar com um colega que admiro muito, o colega Paulo.
Sempre o admirei como pessoa, colega e profissional, ele está sempre disposto a ajudar, é prestativo e solidário ...
Juntos preenchemos a tabela Teses do Seminário Integrador, colocamos nossos pontos de vista a respeito das afirmativas propostas e argumentamos. Muitas de nossas opiniões se assemelharam. Foi muito tranquilo e prazeroso trabalhar com um colega comprometido como ele, o trabalho fluiu de forma super natural ...

ORGULHO E VERGONHA

Fiquei muito envergonhada por ter um trecho feito por mim, no PA do meu grupo, publicado na página “Teses Gravataí.”
Ao reler minhas afirmações percebi o quanto fui confusa quando escrevi, o quanto escrevo pensando que todos sabem do que estou falando, que todos os leitores conhecem minha forma de raciocínio. Que vergonha! Que desespero! Imagino a professora Luciane lendo e balançando a cabeça ... deve ser por essa razão mesmo que ela escolheu aqueles trechos, pois percebo que ela selecionou trechos coerentes e incoerentes a respeito do PA e o meu não sei nem em que categoria se encaixa ... e fazia tempo que eu não aprontava uma dessas ... e agora sei lá quantas colegas vão ler e fazer o mesmo que ela, sacudir a cabeça, franzir a testa e dizer: hum?!... Ao reler minhas afirmações me deu uma incrível aflição, vontade de corrigir, e me explicar melhor antes que outras pessoas acessassem aquela página...
Tentei me explicar o máximo possível na parte da tabela: argumentação. Mas apenas um colega entenderá minhas explicações ... e os outros ... que vergonha... ainda bem que é anônimo, mas mesmo assim peço que de uma próxima vez sejamos comunicadas antes para pelo menos rever o que escrevemos várias e várias vezes e quem sabe nos dar conta dos nossos erros antes de serem abertos a todos... e mesmo assim correr o risco ...
Quando escrevi estava entusiasmada, sentei e iniciei e parei só depois que terminei tudo. Fico entusiasmada como agora para me desculpar, e aí é que mora o perigo: minha ansiedade. Escrevo e escrevo e muitas vezes deixo de registrar pensamento, pois falo e penso muito mais rápido do que escrevo (he,he,he) e acho que todos possuem uma sabedoria superior e intuitiva que ao lerem adivinham o contexto do meu pensamento...
A maior vergonha é que eu li e reli uma, duas, três vezes, o que havia postado sem me dar conta e sem perceber as contradições que havia escrito... Bom, nem tudo está perdido ... algumas críticas que eu própria apontaria em meu trabalho não foram ressaltadas por minhas colegas e nem pelo pessoal aqui de casa ... Vou ser honesta, fiquei orgulhosa de ter um trecho meu destacado na página de teses... Cheguei em casa, após a aula presencial e contei para todos ... e quando fui mostrar a página para meus familiares, o modem havia estragado, então só mostrei um dia depois, após concertá-lo. Chamei a minha família e abri a página, imediatamente comecei a me questionar na frente deles... que não viram tantos problemas como eu, mas meu orgulho foi virando vergonha em função de alguns trechos,que por conta da falta de explicação chegaram a serem conflitantes... Acredito que dessa situação vai ficar a necessidade de me conscientizar sobre a minha escrita. Saber que quando escrevo tenho que ser muito clara e explicita em relação a tudo que estou tentando dizer ...

ESCOLA, PLANEJAMENTO E DEMANDAS...

Andei preocupada com a proposta de Linguagem e Educação, sobre Plano de aula...
Entendo que o planejamento é indispensável para sucesso das aulas, mas não consigo aceitar a idéia de um planejamento extremamente detalhado, com todos os mínimos detalhes especificados, pois acredito que as demandas da sala de aula são tantas que esses detalhes se tornam dispensáveis ... Conversando com colegas do curso ouvi os seguinte comentários: Ao não detalhar o máximo possível nosso plano de aula, ele compromete a avaliação do professor... E, ainda, deve ser bastante minucioso para que qualquer pessoa possa entendê-lo e aplicá-lo ... Começo pelo fato de que se sou eu a professora que avaliará a aula e a aplicará, porque devo explicar para eu própria os procedimentos que devo fazer? Quando apenas referindo-me a eles já saberei como agir ... Não sei bem, mas me parece um pouco descabido escrever, por exemplo: Iniciarei a aula pegando o giz branco e escrevendo no quadro negro a data com dia, mês e ano em letra cursiva, etc... Ou ainda: o jogo possui tantas peças... de tais e tais cores... com o objetivo de... Se selecionei aquele jogo, já sei o objetivo e propósito do mesmo! Pouparia-me muito mais tempo e seria muito mais útil apenas a referências, como: data no quadro, ou melhor: data. E, para meu entender pior mesmo é dizer que é para que qualquer pessoa possa aplicar... Quer dizer que a funcionária da portaria pode me substituir e por essa razão meus registros devem ser minuciosos porque dessa forma ela desempenhará perfeitamente meu trabalho? Então trocando em miúdos é só o médico cirurgião me deixar seus registro minuciosos que eu posso operar em seu lugar?
Na área da educação todos dão suas opiniões... todos podem opinar e dizer que podem fazer como nós, ou melhor, sempre tem alguém com alguma receita para dar certo, e geralmente é alguém bem distante da sala de aula, muitas vezes políticos ou profissionais que há muito tempo deixaram de exercer a profissão... Para esses também tenho a minha receitinha e é bem simples: voltem para a sala de aula, mas não qualquer sala... aquela lá da periferia, do morro, da vila mesmo, sem recurso nenhum,com salas lotadas de alunos, sem espaço físico para acomodá-los e com todos os pormenores cotidianos e sintam suas demandas... Após tenham a liberdade de passarem suas receitas ...
E, no meio disso tudo, de tantos discursos e julgamentos como fica todo o trabalho desempenhado pela escola, toda a sistematização, todo o respeito ao processo, todo o nosso esforço? Fica abafado, sufocado, por novas e novas receitinhas ... De fato, todos esses “TODOS” estão sendo deixados de lado cada vez mais e o único "todo" que fica é o que a escola é cada vez mais responsável e culpada pelos fracassos da sociedade ... Eximindo as demais esferas como família, política social, saúde e etc... de suas parcelas de “culpa”. Não é a toa que o profissional professor aparece entre os profissionais com maiores índices de estresse, e ainda não é por menos que ouvimos dizer que está em extinção...
Não sei, estou um pouco cansada com a situação do magistério ...
O mesmo digo ao fato de enfrentar uma dificuldade com algum aluno e manifestar com os demais professores esse problema, se é de disciplina, então, nem se fale ... O SOE e o SOP começam a questionar como se o professor fosse o problema, as colegas que nos corredores também relataram as mesmas dificuldades, emudecem, e você está na inquisição ... Passam a te analisar, questionar ... Agora você é o problema ....Parece que os discursos e receitinhas acabam entranhando mesmo...
Essas situações acontecem seguidamente, relacionadas a decisões tomadas na escola, a dificuldades com alunos, e tantas outras situações do cotidiano escolar, mas o que me espanta é que nos bastidores a grande maioria concorda ou desabafa como você, mas basta haver uma reunião para discutir o caso e pronto, ninguém quer “se expor, se incomodar” ... E, ainda há aquelas pessoas que dizem uma coisa e fecham a porta de suas salas e fazem outra .. bem diferente ... e aquelas que enfrentam visivelmente a mesma dificuldade que você e possuem a mesma opinião e no momento de discussão tem a coragem de dizer aquela frase: é mesmo ... comigo ele se comporta bem, acho que é só contigo .... ela é a mesma colega que fez comentários catastróficos a poucas horas sobre o mesmo aluno que reclamo ... Da minha parte dá aquela vontade de pular num pescoço, mas nesse momento é no dela ... he,he,he,he ...
Bom, estou desgostosa com a situação do magistério e da pedagogia, pois todas as colegas as quais faço referência são formadas em demagogia. Opa, quer dizer, pedagogia! E, seus discursos estão muito distantes da prática, para elas as piores ações enfrentadas dentro da escola são “normais” parecem anestesiadas por uma incrível normalidade... Um aluno propositalmente esperar o outro estar de costas para lhe cravar um caco de vidro no pescoço, após quebrar uma janela com esse propósito no início da manhã e fazê-lo ao final dela: NORMAL! Cuspir nos rostos dos colegas, dar um soco em um que não lhe fez nada e estava distraído até sangra-lhe o nariz e ainda rasgar todos os cadernos da sala de aula para chamar a atenção porque não foi o ajudante do dia: NORMAL! Os problemas acontecem, as crianças são encaminhadas para uma conversa com o SOE e o aluno volta premiado com bolachas, ou fica um tempo jogando no computador, sem serem tomadas maiores providências e em poucos minutos ele retorna para a sala e ainda diz: "não deu nada" ... E se todos resolverem se darem conta da política do "não dá nada" e soltarem suas feras ... Tanto desrespeito pode gerar mais desrespeito ... Assistimos a política do "não dá nada" diariamente nos noticiários em jornais e televisão, envolvendo grandes nomes, grandes políticos, porque não praticar um pouco na escola, não é mesmo?!
Sei que as medidas a serem tomadas pela escola, não são muitas, mas com tantos episódios e tantas repetições, algumas atitudes deveriam ser adotadas, porque ao meu ver o direito de um termina onde inicia o do outro, o que dizer para as famílias no final da manhã ao entregar um aluno com o rosto inchado, após apanhar gratuitamente, o que dizer para a mãe que comprou um bonito caderno para sua filha e o colega rasgou-o por completo?

SOBRE A EJA...

Relendo as postagens no fórum da EJA, percebo as dificuldades enfrentadas frente à realidade da EJA. Os textos sugeridos para nossas leituras trazem alguns apontamentos sobre como deveria ser a EJA, mas no cotidiano real das escolas as coisas se distanciam bastante.
Os aspectos que mais me chamam atenção são as diferenças entre discurso e realidade. Segundo o texto de Haras devemos seguir com uma alfabetização nos moldes de Paulo Freire, aproveitando e trabalhando a realidade e interesse dos alunos e utilizá-la para discussões mais amplas, o ato de educar deve contemplar o pensar e contrapor a simples reprodução de idéias impostas, a alfabetização deveria ser sinônimo de reflexão, argumentação, criticidade e politilização. O que vemos em muitas escolas é justamente o contrário, muitas não possuem um planejamento em suas aulas, utilizarem cartilhas do ensino fundamental, não preparando um trabalho diferenciado para a EJA, etc. O mesmo se faz quando o texto cita o embasados em Emilia Ferreiro e Piaget, nem mesmo no ensino fundamental de nove anos, nos primeiros anos e primeiras séries de Porto alegre, vemos a preocupação em seguir e respeitar as etapas do desenvolvimento do aluno, nem na escrita, (falo porque presencio está realidade, no estodo do RS, a SEC oferece um curso de alfabetização que exclui totalmente está ideia (niveis de escrita) apegando-se apenas a uma alfabetização fônica, outras escolas do município são extremamente tradicionais e trabalham apenas sílabas soltas sem se preocupar com o nível da lectoescrita que seu aluno esteja).Falta planejamento nas escolas, coletividade, envolvimento... O que acontece realmente com a EJA, não sei, pois não estou inserida nesta realidade, mas as mesmas pessoas e escolas que trabalham desta ou daquela forma citada anteriormente, são as mesmas que trabam com a EJA, pessoas que prestaram concurso para esta área e possuem seus diplomas, direções, supervisões que atuam e deixam atuar de forma "solta" sem um planejamento, valendo a lei do "feche sua porta e faça como quizer"... no diurno, são as mesmas que trabalham com a EJA, totalizando quarenta ou sessenta horas de trabalho, será que na EJA fariam diferente?

Libras

Após realizar a atividade diálogo da Interdisciplina Libras, percebi a dificuldade em interpretar uma nova língua. Os sinais eram rápidos e naturais para as meninas que se comunicavam usando a língua de sinais, mas para que uma pessoa com poucos conhecimentos como eu era extremamente difícil de compreendê-los, mesmo com o recurso do dicionário de libras demorei muito tempo até conseguir entender o diálogo proposto. Me coloquei no lugar de uma pessoa que não compreende o português por exemplo, e também no lugar de uma pessoa surda frente a um ouvinte que não toma alguns cuidados para se fazer entender ...
Pesquisando, encontrei na Wikipédia essas dicas para comunicação com uma pessoa surda:
Falar de forma pronunciando bem as palavras;
Usar um tom normal de voz;
Falar diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela;
Fazer com que a boca esteja bem visível;
Quando falar com uma pessoa surda, tentar ficar num lugar iluminado. Evitar ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta a visão do rosto;
Se souber alguma língua de sinais, tentar usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral, as tentativas são apreciadas e estimuladas;
Ser expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz, que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos ou sinais e o movimento do corpo são excelentes indicações do que se quer dizer;
A conversar, manter sempre contato visual, se desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou.;
Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se houver dificuldade em compreender o que ela diz, pedir para que repita. Geralmente, os surdos não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas;
Se for necessário, comunicar-se através de bilhetes. O importante é se comunicar. O método não é tão importante;
Quando o surdo estiver acompanhado de um intérprete, dirigir-se a ele, não ao intérprete. Alguns preferem a comunicação escrita, alguns usam linguagem em código e outros preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e concentração.
Para saber mais acesse: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_dos_surdos

ESCOLA NOVA

Movimento de renovação na educação no Brasil baseado na ação seguiu a pedagogia de Rousseau, (A educação é o caminho para a escola renovada) influenciou sistemas educacionais e professores e no século XX. A proposta era de que a educação se renovasse para estimular a mudança social. O maior avanço da Escola Nova foi à possibilidade do aluno ser autor de suas próprias experiências através de métodos ativos e criativos. Sua contribuição é vista quando em nossas salas de aulas estão presentes os usos de ferramentas como rádio, televisão, computador, etc...
PIONEIROS DA ESCOLA NOVA:
JOHN DEWEY (1859-1952):
Ensino pela ação e não pela instrução;
A educação se reconstrói continuamente as experiências concretas, ativas, produtivas, de cada um, uma educação, pragmática, instrumentalista;
Convivência democrática;
A educação leva a resolução de problemas da vida fazendo o aluno pensar;
O pensar tem cinco estágios:
1º) uma necessidade sentida; 2º) a análise da necessidade; 3º) as alternativas de solução do problema; 4º) a experimentação de várias soluções; 5º) a ação final de maneira científica; Uma visão de educação como processo e não como produto.
OVIDE DECROLY (1871-1931):
Criou o método dos Centros de Interesses;
Os métodos se baseiam na observação, na associação e na expressão.
Distinguem-se dos projetos porque não visam um fim, a construção de algo.
MARIA MONTESSORI (1870-1952):
Utiliza em crianças normais seu método de recuperação de crianças deficientes;
Seus métodos se baseiam na utilização de jogos educativos para trabalhar o tato, a pressão, cores, formas, espaços, etc...;
Aparece aqui pela primeira vez na educação ambientes condizentes com o tamanho das crianças.
CÉLESTIN FREINET (1896-1966):
Acreditou que era necessário transformar a escola por dentro, pois era dentro dela que se manifestavam as contradições sociais;
Em primeiro lugar vinham o trabalho e a cooperação;
Seu objetivo era criar uma escola do povo;
Criou uma pedagogia do trabalho, o objetivo da escola era criar cidadãos para o trabalho livre e criativo, capaz de dominar e transformar o meio e quem o exerce;
Aulas passeio (estudo de campo), cantinho pedagógico e troca de correspondência;
O professor deve estimular experiências e colaborar para o êxito dos alunos;
Não via valor didático no erro, o fracasso desestimula o professor deve ajudar na superação do erro;
Acredita no envolvimento afetivo;
Pedagogia do bom senso, aprendizagem como resultado de teoria e prática, ação e pensamento;
Livre expressão + atividade cooperativa = nova educação;
Baseia-se em: cooperação, comunicação, documentação e afetividade.

DECROLY...

Decroly acreditava na possibilidade de o aluno aprender a aprender, na capacidade do aluno conduzir sua própria aprendizagem. Acredita que as crianças aprendem o mundo com base em uma visão do todo, que depois é organizado em partes. Para ele a necessidade gera o interesse e esse o conhecimento, as necessidades básicas humanas segundo Decroly são: comer, abrigar-se, defender-se e produzir. Ele se assemelha a Montessori, pois ambas acreditavam que o ensino deveria aproveitar as aptidões naturais de cada faixa etária. Mas um preferia o trabalho em grupo e outro o trabalho individual. Decroly acreditava que o trabalho em grupo prepararia o individuo para o convívio em sociedade. Os métodos propostos por ele se baseiam na observação, associação e expressão. Ele se dedicou ao campo da linguagem, e acreditava que a palavra não era o único meio de expressão.
O que me chamou atenção foi à forma como sua escola era organizada, com os centros de interesse, que funcionavam como oficinas, é priorizado o que os alunos querem aprender e a montagem do currículo feito por eles. Atenção também especial a jogos, brincadeiras e exercício.

EJA, UM NOVO CAMINHO.

Paulo Freire procurou um novo caminho, mostrando uma nova maneira de ensinar e aprender a ler e escrever e está nova maneira deixa de lado as cartilhas e suas repetições de palavras.
Para Paulo Freire é necessário que em um primeiro momento façamos um “levantamento do universo vocabular”, que se pesquise e investigue o universo que nossos alunos estão inseridos. Isso nada mais é do que pesquisar a fim de conhecer os vocábulos mais usados pelos que iremos alfabetizar. A essas palavras chamaremos de palavras geradoras, e trabalharemos em cima delas exercitando-as, na verdade é muito semelhante ao modo tradicional de aprendizagem através da formação de sílabas básicas. Apresenta-se a palavra, desmembramos a mesma em sílabas e após repetições, formamos famílias silábicas e novas palavras. As palavras escolhidas devem seguir três critérios: a riqueza fonêmica da palavra geradora, as dificuldades fonéticas da língua e o sentido pragmático dos exercícios. Dessa forma na medida em que a aprendizagem vai se desenvolvendo é possível que professores e alunos coloquem novas palavras, temas geradores e discutam sobre eles promovendo diálogo. Assim o aluno vai se alfabetizando ,mas também se conscientizando dos problemas que o cercam, acaba por compreender a realidade social que faz parte. Portanto o alfabetizar é apenas o inicio deste programa de educação. Está é uma forma de fortalecer o trabalhador contra as desigualdades sociais.

LETRAMENTO

Vivemos em uma sociedade que valoriza o ato de saber ler e escrever. Mas, somente ler e escrever não nos basta mais. É necessário e se faz imprescindível além de alfabetizar, “letrar”.
O que é letrar? Esta palavra ainda não possui definição, não está no dicionário, por sua complexidade, então como trabalhar desenvolver algo que ainda não possui definição, algo subjetivo? Ser letrado significa ter desenvolvido e usar uma capacidade metalinguística em relação à própria linguagem, (Kato 1986, p.7), ou ainda é possível dizer que letramento é o conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos (cf. Scribner e Cole, 1981).
Não é necessário ser alfabetizado para ser letrado. O letramento está associado à oralidade e a capacidade de possuir estratégias orais letradas, fazer relações com o mundo dos livros, com a prática discursiva. O letramento extrapola a escrita, vai além. A escola é uma das principais responsáveis pelo letramento, mas esta muito ligada a um tipo dele que é a alfabetização e principalmente a aquisição de códigos, nela todos são medidos e promovidos quanto ao conhecimento adquirido. Enquanto isso toda a sociedade é responsável pelo letramento e oferece diferentes níveis dele, seja na família, igreja, etc...

FORMAS DE LER, ESCREVER E FALAR ....



A leitura realizada na interdisciplina Linguagens e educação, chama a atenção para uma questão importante no cotidiano escolar, a maneira de falar, escrever e ler. A questão é sobre as formas destas falas, leituras e escritas e suas diferentes maneiras de expressão, que variam de região para região, de época para época e assim por diante. Ao pensar esta questão afirmo que não falamos nem escrevemos da mesmo jeito e que estes processos variam muito de forma mesmo dentro da comunidade. O importante aqui é o exercício de observação, se dar conta que existem diferenças, e entender que a linguagem da escola não é a única e que a escola deve ser espaço para essas diferentes formas de expressão, deixando de lado julgamentos e classificações, pois a forma de falar e escrever sofre alterações constantemente e historicamente.
A escola deve lançar mão destas diferenças e buscar formas de trabalhar a diversidade cultural da sociedade, (pois a escola faz parte dela) e as formas de linguagem presentes em nosso cotidiano. Trazendo-as para a sala de aula, abrindo oportunidade para se perceber as diferentes formas de linguagens, utilizar a forma da Internet, das músicas que escutam, por exemplo, a entre colegas, a de casa, do livro, das lendas, dos filmes, etc... Problematizando o certo e errado e levando o aluno a construir suas aprendizagens.
Em minha sala de aula peço sempre para que os alunos escrevam do seus jeitos, pois tenho um primeiro ano, chamo a atenção deles para as diferentes formas de escrita, comparando muito com a forma do livro. Percebo também certas expressões que não compreendo e peço para a criança me explicar o que elas querem dizer com aquilo, às vezes é bem engraçado, pois são expressões usadas em casa pelos pais ou avós ...
Após a atividade da interdisciplina prestei mais atenção as diferentes formas de meus alunos falarem e observei que muitos utilizavam gírias. Chamei a atenção, aproveitando para pensarmos juntos, na maneira de se expressar nas diferentes esferas da escola e sociedade. Como devemos nos dirigir ao diretor, por exemplo, e a um colega ... Fizemos um teatrinho e eles se divertiram muito... Acredito perceber melhor essas diferenças com alunos maiores, pois escuto muito minhas colegas relatando que eles escrevem como se estivessem no MSN, ORKUT, etc... utilizando abreviações, gírias e uma linguagem própria que é necessário, às vezes um tradutor ... E, que tratam professores e autoridades como se fossem colegas ...

Comênio


Com as leituras sobre Comênio compreendi que a escola que respeita às crianças, suas capacidades, sentimentos e limites, não é uma concepção nova na escola. O mesmo se diz respeito ao direito de todos a uma educação igualitária. Essas idéias na verdade já eram defendidas no século dezessete por Comênio.
Com suas ideias ele marcou a educação, em sua Didática Magna, abordava conhecimentos sobre didática, cotidiano escolar, relação aluno professor, religião, etc ...
Sua contribuição é presente na escola nos dias de hoje, como por exemplo trabalhar a realidade social na sala de aula.

AULA PRESENCIAL ...


A nossa primeira aula presencial foi bastante empolgante e descontraída...
Com humor e animação os temas abordados foram sendo ilustrados através de práticas simples que nos levaram a compreender o processo de tomada de consciência.
Atividades como desenhar uma bicicleta e engatinhar podem desenvolver esse processo. Mas, interessante foi a dificuldade que apresentamos ao falar destas ações, por exemplo, o engatinhar, ao invés de praticá-lo. Sabíamos todas o que era engatinhar, e não era necessário realizar a ação para representar esse processo, mas demonstramos dificuldades e divergências ao relatar a ação, foi necessária a prática, tivemos literalmente que engatinhar para chegarmos a um consenso de com se fazia...
A tomada de consciência consiste numa construção que passa o inconsciente para o consciente, exige reconstrução da consciência de um esquema de ação o transforma num conceito, consistindo assim numa conceituação.

PA

Estou bastante empolgada com nosso Projeto de aprendizagem ...
O tema violência na escola está proporcionando um rico trabalho de pesquisa, interação com as colegas e construção de conhecimento, nos instigando a produz cada vez mais e estar atenta a tudo que se refere a esse tema.
"...A busca de soluções para as questões que estão sempre surgindo num ambiente enriquecido configura a atitude e a conduta de verdadeiros pesquisadores." (Léa da Cruz Fagundes)
Esse trabalho faz com que se reconheça a importância do outro na construção do
conhecimento e nas relações interpessoais mostrando o valor do grupo e do coletivo na construção de uma aprendizagem significativa.

Michel Serres

De todos os filósofos, estudiosos e pensadores que estudei até hoje, nunca um deles me causou tanto encantamento como Michel Serres. Suas palavras sempre otimistas, falam ao coração, como um poeta tece sua poesia...
Serres traz a idéia de que todo processo de conhecimento é mestiçagem. Para o filósofo, o próprio “jogo da pedagogia não é jogado a dois, viajante e destino, mas a três. O lugar mestiço intervém aí como soleira da passagem”, onde tudo se mistura. Serres nos mostra que, o processo pedagógico, implica necessariamente numa mestiçagem, envolvendo mestre, aprendiz e o próprio conhecimento o qual, segundo ele, é tecido como uma colcha de retalhos. Quanto mais aprendemos mais receptivos estaremos a novas aprendizagens.
No dizer desse filósofo, “<...> os saberes não se delineiam como continentes cristalinos ou sólidos fortemente definidos, mas como oceanos, viscosos e sempre batidos”.

Pbworks ...

Durante essa semana me dediquei bastante às pesquisas para os trabalhos do Seminário Integrador: Violência na Escola e de Necessidades Especiais, na atividade: Dossiê. Descobri muitas formas de violência, me detive no ambiente escolar, o quê é violência como prevenir e denunciar. Recebemos um aluno novo em minha escola da manhã e este menino é extremamente agressivo, com histórico de agressões físicas e verbais anteriores a sua chegada na nossa escola. O menino já entrou em conflitos com outros colegas pelo menos em quatro episódios, ele perde totalmente o controle, mas os colegas que ele agrediu eram mais fracos que ele e em geral não possuíam histórico de envolvimento em confusões. Acredito que além de possuir um histórico de vida difícil, esse menino demonstra em seus atos traços da pratica de bullying , não descartamos a possibilidade de algum outro problema além do emocional, como algo neurológico. A escola está entrando em contato com a psicóloga do menino e inicia encaminhamentos para neurologia e psiquiatria. Sua psicóloga diagnosticou Transtorno Desafiador Opositivo e investiga hiperatividade.
Quanto ao Dossiê de Inclusão, acrescentei um comentário sobre o filme: Do luto à luta, mas percebo que a realidade das personagens deste documentário é muito melhor do que de meus alunos, em termos de recursos assistenciais, financeiros, médicos, entre outros.

O olhar da criança ...

Está semana ouvi uma conversa na sala dos professores que chamou minha atenção. Duas colegas conversavam sobre o questionamento de uma aluna, com quem trabalhei em uma turma que atendi no ano passado, este ano a aluna freqüenta uma A20. A menina ao ver os cabelos soltos da professora, que usa o cabelo liso, percebeu que este em sua raiz era crespo e questionou a professora, com ar de surpresa:
− Sora, teu cabelo é crespo? Está professora respondeu que sim com naturalidade. Mas a aluna questionou porque era crespo e a professora respondeu que ela era de origem negra como alguns colegas da turma e que seu cabelo era uma característica desta etnia. A menina mais uma vez ficou surpresa e negou que a professora fosse negra dizendo: − Mas você é tão clarinha... A professora continuou a conversa dizendo existir vários tons de pele, etc... Mas a menina ainda insistiu: − Tu é professora!
Não sei o que a menina quis dizer com isso, mas percebi que nas escolas em que atuo existem apenas duas professoras de origem negra, num grupo de oitenta professoras, e eu nunca havia me dado conta disso. O olhar da criança realmente é muito atento. Quantas coisas estão por trás desta fala ... Não consegui conversar com minhas colegas ainda a respeito deste episódio, mas gostaria muito de saber aonde a conversa chegou, se continuou ... Talvez essa semana possa saber mais ...


Procurando material para trabalhar assuntos na sala de aula como inclusão e etnias, encontrei esse dois livros: NINGUÉM É IGUAL A NINGUÉM e APELIDO NÃO TEM COLA, de Regina Otero e Regina Rennó. Estes livros pertencem a uma rica coleção que trazem assuntos extremamente atuais e pertinentes a nossa sala de aula, eles são o resultado da parceria de uma psicóloga com uma autora e é um material que pode ser usado como suporte em todas as disciplinas.
No primeiro livro: Ninguém é igual a ninguém, o personagem principal é a própria crianças que irá utilizar o material, este material propõe a expressão livre das crianças colocando seus valores, limites e vivências no cotidiano, cabe ao professor conduzir as atividades sem interferência de valores, conceitos e criticas deixando a criança a vontade para promover uma grande discussão. No livro Apelido não tem cola, podemos trabalhar especialmente estereótipos, discriminação, etnias, entre outros assuntos.

DILEMA DO ANTROPÓLOGO FRANCÊS

O dilema do antropólogo francês:

Claude Lee, antropólogo francês, acaba de chegar numa ilha de um arquipélago na Polinésia. Sua missão é pesquisar os hábitos dos nativos que lá habitam. Os costumes dos nativos são bastante diferentes dos costumes dos franceses, mas ele tem o cuidado de não julgar o modo como estes nativos vivem, porque tal avaliação sempre seria parcial. Como poderíamos abstrair sinceramente a concepção de mundo que herdamos da nossa cultura e avaliar imparcialmente todas as culturas?
O antropólogo tem ainda outro argumento: qual seria a medida pela qual julgaríamos as culturas? Existem quesitos transculturais que nos permitem avaliar toda e qualquer cultura? A reposta do antropólogo é não: toda avaliação está condicionada pela cultura do avaliador.
Assim, Claude decidiu jamais interferir no modo de vida dos habitantes do arquipélago. Estes, contudo, possuem uma crença que testa a determinação do antropólogo: os nativos acreditam que os mensageiros dos deuses são homens de pele branca, seres que expressam a vontade absoluta dos deuses – tudo o que disserem deverá ser obedecido. O teste ocorre na pergunta que eles lhe fazem: “você tem a pele branca, então você é um mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas?”
O antropólogo, fiel aos seus princípios, mente: “sim, eu sou o mensageiro dos deuses”. Mas então surge uma pergunta ainda mais difícil: “todos os homens brancos são mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas?”
Claude reflete: se responder positivamente estará deixando os nativos vulneráveis aos seus conterrâneos inescrupulosos que fatalmente descobrirão a ilha. Mesmo assim, responde de acordo com a cultura dos nativos: “sim, todos os homens brancos são mensageiros dos deuses”.

Minha reflexão aqui girou em torno da atitude do antropólogo em assumir-se um mensageiro dos deuses, acredito que o antropólogo agiu conforme sua consciencia, seus principios, partindo de sua fala: não interferir nos custumes dos nativos. Apesar de sua próporia presença naquele ambiente já ser uma interferencia, se descordasse destes estaria indo contra as crenças deste povo, pois para eles todos de pele brancas seriam mensageiros dos deuses e o proposito do francês era o de não interferir na cultura dos nativos....

ACESSO A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Nas escolas que atuo, da forma que se apresentam atualmente, não praticam uma educação inclusiva. Na verdade o que fazemos é uma adaptação da criança com necessidades especiais a escola e não o contrário, como deveria ser. A escola deveria garantir acesso tanto em seu espaço físico, (o que ainda não acontece) como dar condições para que essa criança aprenda. Para tanto o desafio é realizar um planejamento diferenciado que propicie a este aluno o desenvolvimento de suas capacidades, um atendimento multidisciplinar para atender suas especificidades. Trabalho esse que depende do engajamento da escola como um todo, direção, professores, funcionários,etc... todos envolvidos para o sucesso deste aluno, o preconceito vem do olhar do adulto que fica penalizado por ter determinado aluno em sua sala de aula, a barreira é imposta por adultos, pois rapidamente percebo a integração dos alunos, que acolhem essa criança, sem distinção. Vários são os entraves de ordem financeira, falta de atendimentos especializados, descaso das autoridades, poucas vagas em instituições, etc...
As diretrizes estabelecem que a identificação de necessidades especiais dos alunos deve ser realizada pela escola, com assessoramento técnico, mediante avaliação no processo de ensino aprendizagem. As metas estabelecidas pela educação especial falam de padrões mínimos de infra-estrutura incluindo adaptação de prédios escolares e garantir a vaga do aluno especial em ensino regular, mas exige que sua permanência seja com qualidade, sugere também que as escolas especiais prestem apoio à escola regular.

MOSAICO

Ao realizar uma atividade de aula, percebi que muitas crianças negras se desenham loiras de olhos azuis... Uma série de questionamentos surgiram:
Que cor é minha pele? Que cor posso pintar meu auto-retrato? A minha cor é igual a sua? Pinta de cor de pele! (disse um aluno mostrando o lápis de cor salmão)
Ao iniciar o trabalho MOSAICO, os alunos relataram a dificuldade em encontrar em revistas e jornais fotos de pessoas de "cores diferentes"... Rapidamente voltaram-se para si, com quem se parecem, por que puxaram a cor que possuem ... E o assunto rendeu muito ...
Ao termino da atividade, estávamos mais próximos, nos conhecendo mais a si e ao outro, um sentimento de grupo, coletivo, identidade surgiu, com ele uma sugestão de título para o trabalho: "todos nós somos um" dando a ideia que todos juntos formamos um único grupo e que cada um de nós é um pedacinho único, uma peça preciosa de um belo mosaico.

NECESSIDADES ESPECIAIS

O que posso fazer para contribuir na inclusão daqueles que são apenas diferentes de mim?

Para buscar essa resposta trilhamos o caminho do aprendizado, caminho este que nem sempre é fácil... exige desejo de conhecer, de se arriscar, envolver e agir... A busca dessa resposta é buscar uma sociedade inclusiva, pois o termo inclusão indica que quem deve mudar é a sociedade e não a pessoa. Para inicio a esse processo de inclusão devemos ter cuidado até mesmo com as palavras e expressões que devem denominar as diferenças ressaltando seus aspectos positivos e, assim promover mudanças de atitudes em relação a estas diferenças.

CLUBE DO IMPERADOR

Queremos transformar sempre, queremos que nossos alunos extrapolem os conteúdos, desejamos que valorizem a vida, digam não as drogas, cresçam trabalhem se formem, sejam do bem, bem sucedidos, percebam o mundo em que vivem, lutem por um mundo melhor, amem o conhecimento, a leitura, a vida, que não bebem, que não briguem, que gostem de conviver com outras pessoas (e com as diferenças), com a família, que cresçam em busca da harmonia, da paz, do amor, da verdade.
Definitivamente desejamos muitas coisas geralmente desejamos o melhor, o que queremos para nós próprios desejamos aos nossos, aos nossos alunos...
Não entramos na sala de aula apenas para transmitir um conteúdo, não damos apenas uma aula, queremos mais , além queremos que sintam o gosto e o sabor da leitura, a leveza da poesia, o sabor da matemática, o cheiro do verde da ciência, da ecologia ...
Neste momento somos um pouco exemplo, estamos à frente de nossos seguidores nossas palavras são sabias, não que não possuímos defeitos, e como possuímos, como erramos e nos culpamos no final do dia......por não ter dado devida atenção a fulano ou mais espaço a cicrano ... todavia um novo dia amanhece e seguimos, continuamos... Possuímos a capacidade de conquistar, de falar ao coração de deixar um pouco de nós em cada um e um pouco de cada aluno fica em nós ... é uma troca mágica, uma parceria de um ano inteiro de convivência e que findado dói na hora da despedida.... Quantas trocas... confidencias se vão ali, e nos preparamos para mais um ano... recomeçar tudo de novo, novas experiências, novos rostos, algumas velhas angustias.... procura por resoluções de problemas, conflitos novos e velhos se misturam, e o professor a cada ano incessantemente busca o novo, uma nova maneira, sem se acomodar investe novamente renova suas forças e segue ... A nossa recompensa é o reconhecimento e gratidão dos alunos que batem em nossa porta ... alunos que após termos passado por suas vidas nos procuram, contam coisas nossas que ainda lembram, nos dão aquele beijo que molha a bochecha, abraços que quase nos levam ao chão ... Essa é nossa recompensa, nosso premio, nosso pagamento. O que vale é saber o quanto fomos significativos e fizemos parte da vida de cada criança, o quanto conseguimos auxiliá-los com um conselho, afago, palavra ou silencio, gesto, ensinamento que levaram para sua vida pessoal ou profissional.

O CLUBE DO IMPERADOR



O Clube do imperador traz um professor que vivencia um dilema real a todos nós professores. Investimos em nossos alunos, apostamos nossas fichas, muitas vezes damos uma segunda, terceira oportunidade, burlando nossos próprios princípios acreditando em um ideal, em um potencial... Em quantos e quantos conselhos de classes damos aquele empurrão, aquela nova chance ... Acreditamos, sempre ... Mas, somos humanos e de verdade esperamos um retorno, um algo em troca, algo que na verdade não devemos e podemos contar, nem esperar ... Fazemos nosso papel, nos esforçamos para incutir um pouco da nossa verdade em cada um deles, mas os deixamos partir, num mundo bem diferente do que sonhamos... Resta-nos apenas que nossos ensinamentos sejam lembranças nas memórias destas crianças e que de alguma forma possam ajudá-los neste mundo...

Método clínico

A aplicação do método clínico de Piaget inicialmente gerou certa desestabilidade nas aplicadoras, não possuíamos experiência com esse tipo de prova, por isso sentimos insegurança. Depois que nos apropriamos do teste e das respostas nos sentimos mais seguras para sua aplicação. Necessitávamos do conhecimento prévio e da segurança de sabermos o que estávamos aplicando. Uma experiência bastante proveitosa, pois até então falávamos sobre os testes e seus resultados, mas na prática nunca havíamos experimentado.

Cores ...


A diversidade é feita de muitas cores, a inclusão escolar deve se apropriar dessas cores, de seus custumes, saberes, para nos tornarmos cada vez mais únicos e mais unidos, quando conhecemos o outro passamos a conhecer melhor nós mesmos...
As vezes pertecendo a uma mesma raça, cultura, grupo familiar, não nos entendemos, não conseguimos nos fazer entendidos, parece que falamos linguas diferentes e nossas razões não são as mesmas, imaginem tentar interferir sem conhecer no "mundo do outro", sem sabe sua cultura, tentar impor-lhe valores...

Dossiê de Inclusão.


O Dossiê da Inclusão me levou a refletir sobre meu cotidiano, minha escola e sala de aula. Muitas são as leis e garantias para o ingresso de pessoas com necessidades especiais nas turmas regulares, mas na maioria das vezes estes direito e garantias não saem do papel. Percebo que fazemos dentro da escola tudo e mais um pouco por estas crianças, mas esbarramos em muitos entraves como família, falta de assistência, burocracia, entre muitas outras que nos fazem muitas vezes desanimar e continuar atuando com o que nos resta: dedicação.