DE 18/10 ATÉ 24/10...


Essa semana realizei uma atividade colaborativa em parceria com uma colega de escola. Em alguns momentos, durante o recreio, houve atrito entre as crianças de nossas turmas, e então decidimos trabalharmos juntas para que a situação não se repetisse.
A colaboração tinha como objetivo fazer com que as crianças das duas turmas interagissem, se conhecessem, pois acredito que a ligação que ocorre na sala de aula, entre alunos e entre aluno e professor está repleta de significados e de vínculos afetivos. "Para aprender é necessário que se estabeleça um vínculo.“ (...) Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar” (Fernández, 1991, p.52). Portanto toda a aprendizagem ocorre nas interações sociais e está envolta em afetividade.
A escolha pelo trabalho colaborativo vai de encontro a uma proposta onde o conhecimento é construído através das interações sociais. As relações entre colaboração e aspectos sociais remetem a Vygostsky (1994) e a ideia de que a aprendizagem ocorre na relação com os outros, através da interação social em um processo de apropriação e transformação de conhecimentos
Decidimos trabalhar com o livro: Faniquito e siricutico no mosquito de Jonas Ribeiro.
O livro traz uma história leve que ajuda a compreender o significado de expressões como "com licença", "por favor", "obrigada" e "desculpa"; e a entender que a melhor maneira de pedir as coisas é com delicadeza.O mosquito Frederico aprende que as existem algumas palavras mágicas que devem ser usadas para que as janelas e as portas do mundo se abram para nós.
Reunimos as duas turmas na sala da colega, e iniciamos com a contação da história, depois partimos para o trabalho colaborativo. Existem várias formas de trabalho colaborativo, com várias intenções, como já abordei em postagens anteriores, a colaboração que trabalhamos na atividade foi como meio para aprender algo (que foram as palavras mágicas) e como propósito final, tentando fazer com que as duas turmas interagissem.
Após a contação da história as crianças escolhiam colegas da outra turma para trabalhar em parceria e construir a casinha da história.
A atividade alcançou os objetivos propostos, as crianças trabalharam juntas colaborando mutuamente: discutiram sobre cores para pintar a casinha, qual seria a melhor janela para ser aberta a Frederico, como recortá-la e montá-la da melhor maneira, onde os personagens da história deveriam ficar e o que o mosquito encontrou dentro da casa... Ao retornar para nossa sala de aula a aluna Margeori pegou na minha mão e disse:
- Professora fiz uma nova amiga hoje, a Bianca, sabe da A22, ela quer ser minha amiga, vou brincar com ela no recreio amanhã... Sabe prof, eu gosto desta escola porque a gente faz coisa diferente, vai nas outras turmas, faz passeio junta, na minha outra escola não era assim.
Margeori é aluna nova na escola. Percebi que se conseguir com meu trabalho atingir pelo menos uma criança estarei fazendo a diferença para aquela criança.
Além da Margeori as crianças terem gostado da atividade. Os alunos realizaram a tarefa de forma autônoma e a intervenção das professoras quase não se fez necessária, pois estavam concentradas, voltadas e envolvidas na atividade.
Essa atividade me remeteu a Vygotsky, teórico abordado no eixo 6, na interdisciplina desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da psicologia II. Neste eixo foi possível aprofundar os conhecimentos sobre este teórico, e agora revisitando a interdisciplina percebo o quanto sua teoria estava presente em minha sala de aula na última semana. Uma das propostas de trabalho da interdisciplina foi conhecer e identificar as epistemologias, onde encontrei o texto: Psicologia Sócio-Interacionista que aborda de forma muito objetiva o trabalho de Vygotsky. Com a leitura encontrei apoio para continuar seguindo com o trabalho em sala de aula. Vygotsky destaca a interação social como um papel formador e construtor do processo de desenvolvimento. Para o autor a criança nasce numa sociedade organizada e precisa se adaptar a ela, conhecer sua cultura, a escola é um local onde há intencionalidade na intervenção pedagógica e é isso que promove o processo de ensino-aprendizagem. O professor interfere objetiva, intencional e diretamente na zona de desenvolvimento proximal de cada aluno.
A aprendizagem é entendida como fundamental ao crescimento, adaptação e desenvolvimento dos processos de interação social dos estudantes.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Daniela!

Esta postagem está bem completa. Além dos temas teóricos ligados ao teu TCC, trouxeste exemplos e linkaste uma das interdisciplinas também! É isso aí!

Grande abraço, Anice.

PS II - Aqui tb faltou inserir referências completas, ok?