SEMANA CINCO

Essa semana abordarei duas aprendizagens:
A primeira referente ao trabalho proposto sobre gravidez, nascimento, tipos de parto.
O trabalho da semana abordou após pesquisa como as crianças nasceram que tipo foi o parto, etc. Após a realização do trabalho percebi que as crianças haviam de fato compreendido o processo porque ao fazermos uma página do livro da vida (nosso projeto) as crianças se desenharam dentro da barriga das mães, mas dentro do saco gestacional, com cordão umbilical e tudo. Outra mostra de que o assunto foi compreendido e assimilado foi quando ouvi uma aluna respondendo a outra de que forma havia nascido e esta disse: - Saí da vagina da mãe!
Durante a semana os alunos se mostraram agitados com o tema proposto, mas também extremamente curiosos e interessados.
Piaget explica que o interesse consiste num prolongamento das necessidades, ou seja, na interação que a criança estabelece com o mundo; um objeto ganha estatuto de “interessante” à medida que atende a uma necessidade. Diz o autor: “O interesse é a orientação própria a todo ato de assimilação mental. Assimilar, mentalmente, é incorporar um objeto à atividade do sujeito, e esta relação de incorporação entre o objeto e o eu não é outra que o interesse, no sentido mais direto do termo (‘inter-esse’)” (PIAGET, 2005b, p. 37).
A segunda aprendizagem que quero destacar diz respeito ao trabalho que fiz envolvendo linha de tempo: a história de cada um.
Neste trabalho os alunos pesquisaram em casa fatos que marcaram suas histórias a partir do nascimento até os dias atuais. Após a pesquisa e conversa sobre as histórias montamos uma ferinha com objetos e fotos das crianças nas diferentes idades. Convidamos as outras turmas de A20 para nos visitar.
O grande movimento que este trabalho despertou foi o interesse das demais turmas, além de fazer com que meus alunos se apropriassem de suas próprias histórias eles passaram a apresentá-las com orgulho para outros colegas.
As demais professoras se sentiram também desafiadas pelo trabalho, pois perceberam o envolvimento e seriedade que os alunos demonstraram ao realizá-lo.
A relação dialógica que se estabelece entre o Eu e o Outro pressupõe que o Eu se conheça, identificando-se consigo próprio, diferenciando-se do outro, mas reconhecendo que este constitui uma identidade diferente, com outros valores, necessidades e capacidades; neste reconhecimento de identidades surgem os conceitos de respeito, empatia, exigência e partilha. A actividade da criança desenvolve-se no espaço e no tempo com a realidade material e com as pessoas com a actividade interpessoal consistindo na relação recíproca assimétrica e dialéctica entre pessoas, sujeitos capazes de sair de si mesmos e colocar-se no lugar do outro, sem deixar de serem eles próprios, sem manipular ou subalternizar o outro (Alarcão, 1991; Tavares, 1996).
Ao final da exposição uma das professoras retornou a nossa sala com seus alunos e um relatório sobre a visita.
Percebi que é necessário outorgar as crianças responsabilidades, deixando-as agentes de suas pesquisas e construção de conhecimento, posso assumir um papel menos fiscalizadora e duvidosa de que eles não irão conseguir, e realmente continuar instigando meus alunos e como Vygotsky atribuiu ao papel do professor, impulsionar e conduzir o desenvolvimento das crianças.
Aprendi nesta semana que é possível confiar na capacidade das crianças em se organizarem quando elas desejam, também aprendi que muitas vezes a intervenção de uma crianças com a outra (entre seus pares) é mais valiosa que a interferência do professor. Isto se dá quando não consigo fazer-me entender e peço a um aluno explicar a outro e este passa a entender o que queria passar-lhe após a explicação do colega.
Um exemplo mais grosseiro disso foi que nos ensaios da semana para a apresentação do dia das famílias na escola, eu sempre reproduzia com as crianças os movimentos (coreografia) e cantava a música com eles que ficam desatentos e aguardavam meus movimentos, a partir do momento que passei a não faz~e-los mais junto com as crianças, elas perceberam que teriam que saber sozinhas quando realizar e cantar cada parte da apresentação e passaram a estarem bem mais atentas e concentradas. E, tembém em um ds ensaios um de meus alunos insistia em arrastar-se pelo chão e mesmo que eu chamasse sua atenção ele tornava a fazer... Até que uma aluna disse a ele: - Pare com isso, você não é mais bebê. Foi o suficiente para ele se levantar dali.
Por fim gostaria de registrar que estava bastante insegura frente à realização de um projeto que não era voltado para a alfabetização e sim para o tema identidade, minha insegurança era de não atender a alfabetização como deveria. Mas, após o conselho de classe e as avaliações que os alunos fizeram percebi que a alfabetização perpassa todo o projeto e é trabalhada de forma coadjuvante a ele. Meus alunos estão demonstrando maior maturidade percebida pelas demais colegas da escola e também maior organização frutos do projeto, além disso percebi suas evoluções no processo de aquisição de escrita.


MONTAGEM DA FEIRA COM EXPOSIÇÃO DA LINHA DE TEMPO DE CADA ALUNO, FOTOS E OBJETOS DE QUANDO ERAM BEBÊS:


VISITAÇÃO DAS OUTRAS TURMAS DE A20 A NOSSA FEIRA.
(Cada aluno mostrou sua linha de tempo, objetos e fotos, e contou um pouco de sua história para os colegas das demais turmas , assim como destacou um fato como o mais importante até a idade atual.)


OS ALUNOS DA TURMA A22 NOS REVISITARAM COM RELATÓRIOS SOBRE A OBSERVAÇÃO DA FEIRA, E DESTACARAM OS FATOS QUE GOSTARAM MAIS SOBRE A HISTÓRIA DE CADA ALUNO.



ENSAIO DAS TRÊS A20, PARA A APRESENTAÇÃO DE SÁBADO DIA 15/05/10, HOMENAGEM AS FAMÍLIAS, NA SALA DE MULTIMEIOS. MÚSICA AS SEMENTES DE BETO HERRMANN:

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Daniela:

É exatamente este o propósito do blog. E estás indo além.. que bom! Porque não só uniste a teoria com a prática, mas também apresentaste situações de aprendizagem com evidências.

Grande abraço, Anice.