EJA, UM NOVO CAMINHO.

Paulo Freire procurou um novo caminho, mostrando uma nova maneira de ensinar e aprender a ler e escrever e está nova maneira deixa de lado as cartilhas e suas repetições de palavras.
Para Paulo Freire é necessário que em um primeiro momento façamos um “levantamento do universo vocabular”, que se pesquise e investigue o universo que nossos alunos estão inseridos. Isso nada mais é do que pesquisar a fim de conhecer os vocábulos mais usados pelos que iremos alfabetizar. A essas palavras chamaremos de palavras geradoras, e trabalharemos em cima delas exercitando-as, na verdade é muito semelhante ao modo tradicional de aprendizagem através da formação de sílabas básicas. Apresenta-se a palavra, desmembramos a mesma em sílabas e após repetições, formamos famílias silábicas e novas palavras. As palavras escolhidas devem seguir três critérios: a riqueza fonêmica da palavra geradora, as dificuldades fonéticas da língua e o sentido pragmático dos exercícios. Dessa forma na medida em que a aprendizagem vai se desenvolvendo é possível que professores e alunos coloquem novas palavras, temas geradores e discutam sobre eles promovendo diálogo. Assim o aluno vai se alfabetizando ,mas também se conscientizando dos problemas que o cercam, acaba por compreender a realidade social que faz parte. Portanto o alfabetizar é apenas o inicio deste programa de educação. Está é uma forma de fortalecer o trabalhador contra as desigualdades sociais.

LETRAMENTO

Vivemos em uma sociedade que valoriza o ato de saber ler e escrever. Mas, somente ler e escrever não nos basta mais. É necessário e se faz imprescindível além de alfabetizar, “letrar”.
O que é letrar? Esta palavra ainda não possui definição, não está no dicionário, por sua complexidade, então como trabalhar desenvolver algo que ainda não possui definição, algo subjetivo? Ser letrado significa ter desenvolvido e usar uma capacidade metalinguística em relação à própria linguagem, (Kato 1986, p.7), ou ainda é possível dizer que letramento é o conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos (cf. Scribner e Cole, 1981).
Não é necessário ser alfabetizado para ser letrado. O letramento está associado à oralidade e a capacidade de possuir estratégias orais letradas, fazer relações com o mundo dos livros, com a prática discursiva. O letramento extrapola a escrita, vai além. A escola é uma das principais responsáveis pelo letramento, mas esta muito ligada a um tipo dele que é a alfabetização e principalmente a aquisição de códigos, nela todos são medidos e promovidos quanto ao conhecimento adquirido. Enquanto isso toda a sociedade é responsável pelo letramento e oferece diferentes níveis dele, seja na família, igreja, etc...

FORMAS DE LER, ESCREVER E FALAR ....



A leitura realizada na interdisciplina Linguagens e educação, chama a atenção para uma questão importante no cotidiano escolar, a maneira de falar, escrever e ler. A questão é sobre as formas destas falas, leituras e escritas e suas diferentes maneiras de expressão, que variam de região para região, de época para época e assim por diante. Ao pensar esta questão afirmo que não falamos nem escrevemos da mesmo jeito e que estes processos variam muito de forma mesmo dentro da comunidade. O importante aqui é o exercício de observação, se dar conta que existem diferenças, e entender que a linguagem da escola não é a única e que a escola deve ser espaço para essas diferentes formas de expressão, deixando de lado julgamentos e classificações, pois a forma de falar e escrever sofre alterações constantemente e historicamente.
A escola deve lançar mão destas diferenças e buscar formas de trabalhar a diversidade cultural da sociedade, (pois a escola faz parte dela) e as formas de linguagem presentes em nosso cotidiano. Trazendo-as para a sala de aula, abrindo oportunidade para se perceber as diferentes formas de linguagens, utilizar a forma da Internet, das músicas que escutam, por exemplo, a entre colegas, a de casa, do livro, das lendas, dos filmes, etc... Problematizando o certo e errado e levando o aluno a construir suas aprendizagens.
Em minha sala de aula peço sempre para que os alunos escrevam do seus jeitos, pois tenho um primeiro ano, chamo a atenção deles para as diferentes formas de escrita, comparando muito com a forma do livro. Percebo também certas expressões que não compreendo e peço para a criança me explicar o que elas querem dizer com aquilo, às vezes é bem engraçado, pois são expressões usadas em casa pelos pais ou avós ...
Após a atividade da interdisciplina prestei mais atenção as diferentes formas de meus alunos falarem e observei que muitos utilizavam gírias. Chamei a atenção, aproveitando para pensarmos juntos, na maneira de se expressar nas diferentes esferas da escola e sociedade. Como devemos nos dirigir ao diretor, por exemplo, e a um colega ... Fizemos um teatrinho e eles se divertiram muito... Acredito perceber melhor essas diferenças com alunos maiores, pois escuto muito minhas colegas relatando que eles escrevem como se estivessem no MSN, ORKUT, etc... utilizando abreviações, gírias e uma linguagem própria que é necessário, às vezes um tradutor ... E, que tratam professores e autoridades como se fossem colegas ...

Comênio


Com as leituras sobre Comênio compreendi que a escola que respeita às crianças, suas capacidades, sentimentos e limites, não é uma concepção nova na escola. O mesmo se diz respeito ao direito de todos a uma educação igualitária. Essas idéias na verdade já eram defendidas no século dezessete por Comênio.
Com suas ideias ele marcou a educação, em sua Didática Magna, abordava conhecimentos sobre didática, cotidiano escolar, relação aluno professor, religião, etc ...
Sua contribuição é presente na escola nos dias de hoje, como por exemplo trabalhar a realidade social na sala de aula.