15/11 até 21/11

Essa semana a escola voltou-se para a cultura negra, em função da data 20 de novembro. Numa tentativa de resgatar a cultura negra em nossa escola. Com esse movimento aprendi em uma oficina de africanidade a fazer as bonequinhas Abayomi:
"De origem iorubá, a palavra Abayomi pode ser traduzida como meu presente ou aquela que traz minhas qualidades." (Maria Cláudia Söndahl Rebellato)
As Bonecas Abayomi, sempre negras, buscam o fortalecimento da auto-estima e reconhecimento da identidade afro-brasileira. São feitas de retalhos que são amarrados e dão forma a uma boneca bonita e colorida.
O mais gostoso foi à surpresa que tivemos: após termos confeccionado a boneca, fizemos uma roda e a oferecemos de presente a pessoa que estivesse ao nosso lado. Durante toda a confecção da boneca a professora pedia que colocássemos nossos melhores sentimentos no trabalho, e ao presentear o outro com essa boneca estamos o presenteando com esses sentimentos, passando adiante assim, sentimentos bons e os recebendo de volta de outro também.
Este trabalho de resgate engaja-se na disciplina Questões Étnicos-Raciais na Educação do eixo VI.
Durante todo o ano letivo procuro abordar a diversidade da sala de aula, chamando a atenção para a origem das palavras, indígenas, africanas, etc... presentes em nosso cotidiano. Com a copa do mundo na África, neste ano, foi muito oportuno para que se abordassem diversos temas, lendas e culturas, valorizando a diversidade de nosso país, destacando nossas raízes. Nesse movimento pude aproveitar a atividade mosaico desta interdisciplina.
Sempre que abordamos temas como diferenças aparece muito presente ainda o padrão “loiro de olhos azuis”. Já tive alunos negros que em seu autorretrato se fizeram loiros com olhos azuis. Essas questões devem ser trazidas para a sala de aula e trabalhadas. Assim como saber aprovietar opotunidades como a indagação: me empresta o lápis cor de pele? Sempre interfiro neste momento, perguntando cor da pele de quem. Pronto está lançado o pontapé inicial para uma série de discussões a respeito de nossas origens e do que estamos aprendendo a valorizar. Para tentar modificar um pouco alguns esteriótipos enraizados em nossa cultura, lanço mão em um primeiro momento, do livro da vida do aluno,um livro qeu construímos fazendo um resgate de suas histórias e origens, valorizando cada um. Após, procurodurante todo o anos letivo trabalhar com histórias que fogem dos estereótipos, e a partir delas de forma lúdica procuro fazer um resgate da auto-imagem positiva que as diferenças oferecem.

08/11 até 14/11

A interdisciplina Escola, Cultura e Sociedade, eixo V, inicia propondo uma reflexão sobre o nosso fazer cotidiano. Ao retomar essas leituras percebo que minhas convicções em relação ao ser professora mantiveram-se e não esfriaram ao longo dos anos. Meu TCC traz em sua introdução um pouco de minha trajetória, crenças e de minha busca por aperfeiçoamento.
A reler meu texto: Ser professor, percebi que minha crenças e convicções continuam as mesmas, mas na época em que o escrevi, faltava-me o referencial teórico. Carecia de algo para me apoiar. Como havia dito em certo momento de meu trabalho, minha forma de dar aulas era uma verdadeira sopa de letrinhas, onde tateava formas e maneiras, métodos e jeitos de ajudar meu aluno a crescer, lançando mão de tudo que estava ao meu alcance. Hoje, está busca é mais ponderada e menos frenética, pois não preciso abrir mão de tudo que acredito e vivi para seguir em frente, posso agregar valor e conhecimento ao caminho já trilhado, baseada em verdades que acredito e me sustentam. Posso procurar apoio e hoje sei onde procurar, não tateio mais sozinha, vou direto na fonte.
Ainda acredito, reafirmando o que escrevi no eixo V, que o meu papel como professor é o de problematizar e criar condições favoráveis e adequadas para que todos possam construir seu conhecimento, através de discussões em sala de aula, procurando sempre me voltar para o interesse do aluno através de projetos de trabalho que sejam de acordo com a realidade em que estão inseridos, dando um novo significando a suas formas de pensar, agir e interagir no mundo que o cerca.
Freire afirma que “A grande tarefa do sujeito que pensa certo não é transferir, depositar, oferecer, doar ao outro, tomado como paciente de seu pensar, a inteligibilidade das coisas, dos fatos, dos conceitos”, mas desafiar o educando na sua formação crítica enquanto cidadãos. (FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.)

01 até 07/11...

Métodos de pesquisa...
Para concluir o TCC voltei minha atenção para os métodos de pesquisa e o professor Eliseo me indicou o capítulo 9 do livro: Projeto de pesquisa: métodos qualitativos, quantitativos e mistos de Jhon W. Creswell (2010) onde o autor faz uma lista de características importantes que devem estar presentes na pesquisa qualitativa, tipo de pesquisa que optei para o TCC devido as possiblidades que ela permite. Salientando a interação direta do pesquisador com o objeto de estudo e a valorização de todo o processo e não apenas o resultado do estudo.
As características destacadas por Jhon Creswell são:

• A coleta de dados em ambiente natural, no local onde o problema está sendo estudado;
• As múltiplas fontes de dados, como entrevistas, observações e documentos;
• A análise de dados indutiva, onde os pesquisadores criam seus próprios padrões categorias e temas para organizar dados. Este processo indutivo mostra o trânsito do trabalho entre pesquisa e banco de dados até que o pesquisador estabeleça um conjunto abrangente de temas, isso também pode envolver a colaboração dos participantes de modo a poderem interagir dando forma aos temas e abstrações que emergem do processo.
• Os significados dos participantes, o processo da pesquisa mantém o foco na aprendizagem do significado que os participantes dão ao problema ou questão pesquisada.
• O projeto emergente, o processo de pesquisa qualitativa é emergente, isso quer dizer que o plano inicial não pode ser rígido e que todas as fases do processo podem mudar ou se deslocar depois que o pesquisador inicia a coleta de dados. A ideia principal é aprender sobre o problema ou questões da pesquisa com os participantes e a pesquisa servir para mostrar isso.
• A lente teórica, os pesquisadores qualitativos utilizam lentes teóricas para enxergar seus estudos, tais como o conceito de cultura, de gênero ou de classe. Os estudos podem ser organizados em torno da identificação do contexto social, político ou histórico do problema estudado.
• Interpretativo, a pesquisa qualitativa é uma forma de investigação interpretativa, os pesquisadores fazem uma interpretação do que enxergam ouvem e entendem, não podendo ser separada de suas origens e histórias. Os leitores desta pesquisa assim como os participantes também fazem uma interpretação da mesma oferecendo ainda outras interpretações sobre o estudo, deixando claro que muitas visões podem surgir do problema.
• Relato holístico, Os pesquisadores qualitativos desenvolvem um quadro complexo do problema que esta sendo estudado. Envolvendo o relato de múltiplas perspectivas, identificação de muitos fatores envolvidos e esboço de um quadro mais amplo que emerge. Um modelo visual de muitas faces de um processo ou fenômeno central ajuda no estabelecimento deste quadro holístico.
• O pesquisador como instrumento fundamental, o pesquisador qualitativo coleta pessoalmente os dados por meio de exame de documentos, observação ou de entrevista com os participantes. Não costumam usar instrumentos desenvolvidos por outros pesquisadores.

25/10 até 31/10...

A colaboração...
Para a pesquisa, realizei uma atividade onde os alunos foram organizados em duplas com níveis de escrita próximas, formando onze duplas. Os alunos apresentaram comportamentos diferenciados em relação à colaboração. A atividade proposta era um autoditado que deveria ser realizado em colaboração, com a intenção de promover um conflito socioognitivo e gerar conhecimento.
“O conflito sócio-cognitivo pode ser induzido compondo grupos de maneira que eles tenham indivíduos com níveis diferentes de desenvolvimento cognitivo. Acredita-se, também, que as interações decorrentes desse conflito levem os indivíduos participantes a um estágio superior de conhecimento [3].” (Conflito Sócio-cognitivo e Estilos de Aprendizagem na Formação de Grupos para o Aprendizado Colaborativo de Programação de Computadores .http://www.brie.org/pub/index.php/rbie/article/viewFile/40/34 acessado em 10/10/2010)
Foi possível perceber os tipos de colaboração presentes em cada dupla,algumas crianças dividiram a tarefa, mas não deixaram de colaborar, trocar ideias, discutir opiniões, durante sua realização. Para outras, o trabalho possibilitou interação desde o princípio, envolvendo colaboração mútua em toda a sua elaboração, permitindo uma reelaboração de suas hipóteses de escrita, e, ainda para outras serviu para que aprendessem a colaborar.
Para Piaget (1977) a troca de pontos de vista e opiniões com os outros se faz necessária para a construção da lógica e moral na criança. O pensamento se desenvolve através da adaptação ao meio com a intenção de chegar a um pensamento formal e socializado levando ao desenvolvendo da moral até chegar a autonomia.
A partir da tarefa para a pesquisa as crianças seguidamente pedem para serem colocadas em duplas, como naquela ocasião, demonstrando que a interação entre eles foi significativa a ponto de querem que se repita.