SOBRE A EJA...

Relendo as postagens no fórum da EJA, percebo as dificuldades enfrentadas frente à realidade da EJA. Os textos sugeridos para nossas leituras trazem alguns apontamentos sobre como deveria ser a EJA, mas no cotidiano real das escolas as coisas se distanciam bastante.
Os aspectos que mais me chamam atenção são as diferenças entre discurso e realidade. Segundo o texto de Haras devemos seguir com uma alfabetização nos moldes de Paulo Freire, aproveitando e trabalhando a realidade e interesse dos alunos e utilizá-la para discussões mais amplas, o ato de educar deve contemplar o pensar e contrapor a simples reprodução de idéias impostas, a alfabetização deveria ser sinônimo de reflexão, argumentação, criticidade e politilização. O que vemos em muitas escolas é justamente o contrário, muitas não possuem um planejamento em suas aulas, utilizarem cartilhas do ensino fundamental, não preparando um trabalho diferenciado para a EJA, etc. O mesmo se faz quando o texto cita o embasados em Emilia Ferreiro e Piaget, nem mesmo no ensino fundamental de nove anos, nos primeiros anos e primeiras séries de Porto alegre, vemos a preocupação em seguir e respeitar as etapas do desenvolvimento do aluno, nem na escrita, (falo porque presencio está realidade, no estodo do RS, a SEC oferece um curso de alfabetização que exclui totalmente está ideia (niveis de escrita) apegando-se apenas a uma alfabetização fônica, outras escolas do município são extremamente tradicionais e trabalham apenas sílabas soltas sem se preocupar com o nível da lectoescrita que seu aluno esteja).Falta planejamento nas escolas, coletividade, envolvimento... O que acontece realmente com a EJA, não sei, pois não estou inserida nesta realidade, mas as mesmas pessoas e escolas que trabalham desta ou daquela forma citada anteriormente, são as mesmas que trabam com a EJA, pessoas que prestaram concurso para esta área e possuem seus diplomas, direções, supervisões que atuam e deixam atuar de forma "solta" sem um planejamento, valendo a lei do "feche sua porta e faça como quizer"... no diurno, são as mesmas que trabalham com a EJA, totalizando quarenta ou sessenta horas de trabalho, será que na EJA fariam diferente?

Um comentário:

Ni disse...

Olá, Daniela!

Sabemos que a caminhada é longa. É necessário grandes mudanças.

O que a gente percebe é que a valorização da empatia, criatividade e sensibilização dos professores já causariam grandes modificações no cenário, uma vez que são "ingredientes" em direção ao processo de aprendizagem.

Abraço, Anice.