SALA DE AULA É LUGAR DE BRINCAR?

SALA DE AULA É LUGAR DE BRINCAR?


A sala de aula é lugar de brincar, fantasiar, imaginar, jogar e se divertir, interagir com o outro fazer trocas, é lugar de constate movimento e construção do saber.
Quando utilizamos jogos e brincadeiras nas aulas as crianças aprendem melhor e se envolvem mais com o que está sendo proposto, socializam, dividem opiniões para resolução de problemas, constroem regras, entre tantas outras ações que podemos observar com este tipo de proposta. Sabemos que em qualquer época da vida do ser humano a brincadeira deve estar presente, brincar não se limita apenas a uma idade estanque, mas segue conosco em toda nossa trajetória, na idade adulta o brincar também se faz presente e necessário, o psicanalista Winnicot, afirma que a brincadeira do adulto está relacionada com sua capacidade de lidar, de forma lúdica, com seus próprios pensamentos. Portanto devemos propiciar a nossos alunos momentos de atividades significativas, criar condições para que trabalharem na sala de aula em grupos, brinquem interagindo uns com outros, e este trabalho facilitará o desenvolvimento de cada um. Segundo Tânia Fortuna, brincar é fundamental para dominar angústias, controlar impulsos, manter o equilíbrio entre prazer e realidade. E mais: brincar é importante para compreender e se relacionar com o mundo, já que as atividades lúdicas desenvolvem a capacidade cognitiva e ajudam a criança a se colocar no lugar do outro.
Infelizmente ainda existem escolas que esquecem da importância do brincar para a formação do individuo. Geralmente consideram que essas duas ações, brincar e aprender, não podem seguir juntas no mesmo espaço. Deixando o brincar do lado de fora da sala de aula, massacrando os alunos com longas cópias, resumos e textos, enfileirados, distantes uns dos outros, fazendo predominar um silêncio quase que total... Mal sabem como é prazeroso o ruído do saber, da construção coletiva, da troca entre os colegas, do trabalho em grupo, o quanto nossos alunos ficam mais independentes, responsáveis justamente fazendo o caminho inverso do que as regras rígidas destas escolas e salas de aulas impunham é que se consegue que nosso aluno construa sua própria aprendizagem. Nesse caso o professor e a escola deveriam abrir mão do papel de detentores do saber, transmissores, para dialogarem com seus alunos, penetrarem no mundo destes e descobrir que com eles também aprendemos... De uma forma mais próxima do aluno, conhecendo sua realidade e proporcionando momentos onde o lúdico esteja presente no cotidiano escolar, realmente estaremos colaborando para a formação de um individuo mais capaz e autônomo, de um ser que pensa, reflete e não apenas decora, transmite e depois esquece...

Devemos como professores decidir que tipo de cidadãos queremos formar, que tipo de aula e escola podemos propiciar a nossos alunos, repensar no que nos dá prazer e no que gera prazer a nosso aluno e optar. Mudar dá e sempre deu muito trabalho, depende de nós fazermos a diferença na vida das crianças que passam um ano inteiro em nossas salas de aulas e que muitas vezes só encontram em nós o apoio para seguir adiante, não podemos deixar com que sufoquem em nossas mãos e sim devemos fazer de tudo para que vivam momentos de muita alegria, prazer e conhecimento dentro da escola para que possam carregar por toda vida os ensinamentos que aqui adquiriram e com certeza os mais preciosos serão aqueles em que aprenderam na interação com o outro de uma forma lúdica.

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